Brasil

Verba para intervenção pode surgir de reoneração, diz Meirelles

Projeto de lei da reoneração da folha de pagamento de setores empresariais, que tramita no Congresso Nacional, visa aumentar a arrecadação do governo

Henrique Meirelles: "Já houve liberação de recursos e já existem outros recursos sendo liberados para o estado do Rio de Janeiro" (Adriano Machado/Reuters)

Henrique Meirelles: "Já houve liberação de recursos e já existem outros recursos sendo liberados para o estado do Rio de Janeiro" (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 19 de março de 2018 às 15h54.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje (19) que recursos para a intervenção federal no Rio de Janeiro poderão vir da reoneração da folha de pagamento de setores empresariais, cujo projeto de lei tramita no Congresso Nacional. A reoneração visa aumentar a arrecadação do governo.

"Esperamos que seja aprovado o projeto para gerar fonte de recursos para programas prioritários, inclusive, a intervenção no Rio de Janeiro", afirmou.

Esses recursos deverão ser solicitados pelas Forças Armadas e podem ser usados, por exemplo, para combustível ou armamento. O ministro da Fazenda enfatizou, no entanto, que despesas referentes à manutenção da força de segurança do próprio estado, que envolvem equipamentos e salários, já são parte do projeto de recuperação do estado.

"Já houve liberação de recursos e já existem outros recursos sendo liberados para o estado do Rio de Janeiro. Evidentemente, uma boa parte disso deve ser usada pelo estado para a segurança e, conseqüentemente, para aquela estrutura de segurança do Rio, comandada pela intervenção federal", observou.

Ontem (18), o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, disse que governo vai liberar crédito extraordinário para a intervenção na segurança pública do Rio. Também serão liberados mais recursos para o Ministério Extraordinário da Segurança Pública.

A informação foi dada após reunião com o presidente Michel Temer e outros ministros para tratar do tema segurança pública. De acordo com Dyogo Oliveira, a proposta de crédito extraordinário deve ser enviada ao Congresso Nacional até o fim desta semana.

Na entrevista de hoje, Meirelles disse que o valor na casa de R$ 1 bilhão citado pelo ministro do Planejamento é ainda uma avaliação preliminar e que as Forças Armadas ainda não fecharam o valor exato que será necessário.

Aço e alumínio

Meirelles também falou sobre a medida tomada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar as taxas de importação sobre o aço e o alumínio. Segundo o ministro, o Brasil está conversando com os americanos sobre a decisão. Ele afirmou, ainda, que há a hipótese de "alguma ação na Organização Mundial do Comércio, mas não há decisão tomada".

"Os americanos têm que deixar um pouco mais claro", disse. E acrescentou: "Queremos saber exatamente qual é a negociação e, no caso específico do Brasil, quais são os termos".

No dia 1º de março, Trump, anunciou a decisão de impor tarifas de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre a de alumínio. No dia 8, ele oficializou a decisão, mas decretou isenção para seus vizinhos e parceiros no Nafta, o tratado de livre comércio da América do Norte, Canadá e México.

Em entrevista para o programa A Voz do Brasil, da EBC, o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Sérgio Amaral, afirmou que o governo brasileiro está agindo em três frentes em Washington para conseguir a isenção: ação junto ao governo norte-americano, reuniões com congressistas e apoio às empresas brasileiras com filiais nos Estados Unidos que queiram conversar com grupos de parlamentares norte-americanos que advogam a favor do Brasil, assim como com a bancada do Congresso americano que cuida de aço.

Acompanhe tudo sobre:ExércitoHenrique MeirellesMinistério da FazendaRio de Janeiro

Mais de Brasil

Prefeitura de SP faz projeção de imagens em homenagem ao Papa Francisco

'Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula', diz deputado ao recusar cargo de ministro

Lula, Bolsonaro, Tarcísio, Michelle e Ciro: Paraná Pesquisas simula cenários das eleições de 2026