Brasil

Venezuelanos são responsabilizados por acidente da Chapecoense

Apesar de já ter sido concluído que a causa da queda foi a falta de combustível, as autoridades tinham dificuldades em determinar os donos da empresa

Chapecoense: No fim de outubro, MPF em Chapecó (SC) divulgou a conclusão do inquérito civil que investigou a tragédia (Paulo Whitaker/Reuters)

Chapecoense: No fim de outubro, MPF em Chapecó (SC) divulgou a conclusão do inquérito civil que investigou a tragédia (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de novembro de 2017 às 18h33.

São Paulo - A investigação na Bolívia sobre o acidente aéreo com a Chapecoense, no ano passado, começou a encontrar indícios de quem são os possíveis responsáveis pela companhia aérea LaMia, que transportava o time.

Segundo o jornal boliviano El Deber, áudios e provas analisadas pelos peritos apontam que os proprietários da empresa devem ser os venezuelanos Ricardo Alberto Albacete Vidal, ex-senador do país, e a filha dele, Loredana Albacete Di Bartolomé.

Em novembro, logo depois do acidente, o Estado revelou a origem da LaMia. Criada em 2010 sob incentivo do então presidente venezuelano Hugo Chávez, a empresa se transferiu cinco anos depois para a Bolívia, onde montou sociedade com o piloto Miguel Quiroga, condutor do avião da Chapecoense e uma das vítimas do acidente.

Albacete continuou a controlar o negócio à distância, pois se mudou para a Espanha.

De acordo com o El Deber, a investigação boliviana sobre o acidente ampliou em seis meses o trabalho de apuração do acidente.

Apesar de tecnicamente já ter sido concluído que a causa da queda foi a falta de combustível, as autoridades encontravam dificuldades em determinar quem seriam os responsáveis pela empresa aérea contratada pela Chapecoense para fazer o transporte da equipe até Medellín, na Colômbia.

O jornal revelou no último domingo que áudios e trocas de mensagens sugerem que os donos da companhia são os venezuelanos.

A publicação traz que o Instituto de Investigações Técnicas Científicas da Universidade Policial (Iicup, na sigla em espanhol) tem informações sobre conversas entre os possíveis proprietários e funcionários, principalmente a administradora da LaMia, Miriam Flores.

A reportagem questiona ainda a autorização dada pelo governo boliviano para a aeronave operar. A matrícula do avião foi registrada em La Paz em 20 de janeiro de 2016, somente um dia depois de ter sido realizada a ficha de inscrição do mesmo.

No fim de outubro, Ministério Público Federal (MPF) em Chapecó (SC) divulgou a conclusão do inquérito civil que investigou a tragédia.

O despacho de 30 páginas questiona irregularidades de voos feitos pela LaMia anteriores ao acidente da Chapecoense e, inclusive, menciona a existência de possível falha por parte de funcionários brasileiros ao permitir que a empresa levasse a seleção da Argentina para jogo em Belo Horizonte, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, com o combustível do avião perto do limite.

O mesmo despacho do MPF aponta para uma informação também contida na reportagem do El Deber acerca dos donos. O inquérito documenta que o pagamento de uma das apólices de seguro do voo foi para à empresa Kite Air Corporation Limited, sediada em Hong Kong e em Caracas e que tem como dona justamente Loredana Albacete.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-aviaoBolíviaChapecoenseVenezuela

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso