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Vendas de automóveis novos caem 3,7% em abril, diz Anfavea

Uma das causas para a redução, segundo o presidente da Anfavea, foi a quantidade de dias úteis em abril por causa dos feriados e da greve geral

Vendas: os postos de trabalho no setor seguem estáveis, segundo a Anfavea, com ligeira queda em abril, de 0,1% (shutter_m/Thinkstock)

Vendas: os postos de trabalho no setor seguem estáveis, segundo a Anfavea, com ligeira queda em abril, de 0,1% (shutter_m/Thinkstock)

AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de maio de 2017 às 16h16.

A venda de automóveis novos caiu 3,7 % em abril na comparação com o mesmo mês de 2016, com 156,9 mil unidades emplacadas, segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Na comparação com março deste ano, a queda nas vendas em abril chega a 17,1%.

Uma das causas para a redução, segundo o presidente da Anfavea, Antonio Megale, foi a quantidade de dias úteis em abril deste ano por causa dos feriados e da greve geral da última semana.

"Estamos na tendência da estabilização, mas ainda não chegamos lá. Abril teve 18 dias úteis e ainda manifestações no último dia útil do mês, mas a média diária de emplacamentos apresentou um número positivo [crescimento de 6% em relação a março]", ponderou.

No acumulado do ano até abril, as vendas de automóveis novos caíram 2,4% em relação ao primeiro quadrimestre de 2016, apesar de a produção ter crescido 20,9% no mesmo período.

Segundo Megale, a expectativa é que as vendas do setor melhorem nos próximos meses. "Acreditamos que em maio teremos um mês importante em resultados por uma questão de dias úteis."

O mercado de caminhões novos também registrou queda nas vendas em abril. Foram 3,5 mil veículos emplacados no mês passado, 15,5% a menos que em março e 17,4% menor que o resultado de abril de 2016.

Segundo o vice-presidente da Anfavea, Luis Carlos Gomes de Moraes, no caso dos caminhões, o mau resultado tem relação direta com as dificuldades da economia do país.

"O setor depende do PIB [Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país] e o governo sinaliza que o segundo semestre será melhor. Contamos ainda com os aumentos de investimento e infraestrutura."

As vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias caíram 7,7% em abril na comparação com março. No entanto, em relação a abril do ano passado, houve crescimento de 14,3%.

"Embora tenha apresentado bons resultados e crescimento expressivo no acumulado, ainda não chegou na média dos últimos anos", observou Megale.

"Mas a tendência é positiva levando em conta o excelente safra que estamos tendo", completou o presidente da Anfavea.

Mercado externo

As exportações de automóveis caíram 14,2% em abril ante março, mas aumentaram 48,1% na comparação com abril do ano passado.

Considerando o primeiro quadrimestre, a alta foi de 64,2%, com 232,2 mil unidades vendidas, o melhor resultado da série histórica para os primeiros quatro meses de um ano.

"As exportações continuam sendo fortes, foi o melhor quadrimestre da história. A cada três carros, dois são vendidos para mercado interno e um vai para exportação, isso é esforço conjunto das empresas, mas também do aperfeiçoamento dos acordos comerciais com outros países", destacou Megale.

Emprego

Os postos de trabalho no setor seguem estáveis, segundo a Anfavea, com ligeira queda em abril, de 0,1%, na comparação com março.

"Nos empregos a situação é estável. As empresas estão aguardando uma recuperação de mercado a partir do segundo semestre [para contratar]", observou Megale, que disse apoiar as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo e em tramitação no Congresso Nacional.

"Estamos vendo alguns sinais de recuperação e apoiamos fortemente as mudanças e reformas propostas pelo governo. Entendemos que a reforma trabalhista é um avanço na modernidade das relações de trabalho."

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