Rio de Janeiro: antes mesmo do início do verão, país vem enfrentando altas temperaturas e calor 'sufocante'. ( NurPhoto/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 15 de dezembro de 2023 às 11h35.
Última atualização em 15 de dezembro de 2023 às 12h03.
Nos últimos meses, o Brasil vem acompanhando uma sequência de ondas de calor com máximas históricas de temperatura e sensação térmica. O fenômeno é considerado comum para o momento do ano: a transição entre a primavera e o verão, quando a Terra está mais exposta ao Sol. As altas temperaturas vêm acompanhadas de uma temporada sem chuva e, consequentemente, menos nuvens impedindo a passagem do calor excessivo. Mas, se o fenômeno é considerado comum, por que sentimos que está mais calor do que nunca?
Parte disso pode ser explicado pela junção do aquecimento global e do fenômeno climático El Niño, que impactam diretamente a temperatura dos oceanos e, com isso, do clima em geral. Neste ano, o país registrou máximas históricas de temperatura. Década a década, o mundo vem registrando cada vez mais dias sob efeito das ondas de calor. De 1961 a 1990, foram apenas 7 dias. De 2011 a 2020, foram 52. Os últimos nove anos, de 2015 a 2023, foram os mais quentes já registrados no Brasil.
Além do aquecimento global, os efeitos do El Niño devem ser sentidos até, pelo menos, abril de 2024. Além das altas temperaturas, o fenômeno também vem provocando seca no Amazonas e chuvas intensas na região Sul do país. A última formação do fenômeno foi em 2015, chamado à época de 'Super El Niño'. Agora, com oceanos mais quentes, a tendência é que seus efeitos sejam sentidos com maior intensidade.
O próximo verão, que tem início no dia 22 de dezembro, deve estar entre os três mais quentes da história, com influência principalmente do auge do El Niño.
Segundo previsões do Instituto Nacional de Meterologia (Inmet), de dezembro deste ano a fevereiro de 2024 vamos presenciar chuvas mais intensas na faixa central do país, além de altas temperaturas. As chuvas devem ser mais regulares a partir de dezembro, e, em algumas regiões, acima da média histórica, com máxima de até 500 mm. Entre os estados, estão: Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, Sergipe, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e São Paulo.
Nos outros estados, a chuva será em menor intensidade e até abaixo da média histórica, com seca 'intensa' no Amazonas. No mês passado, 62 municípios do estado entraram em estado de emergência com a estiagem que afeta ao menos 600 mil amazonenses.
O El Niño também pode trazer fenômenos climáticos considerados extremos, incluindo incêndios florestais, ciclones tropicais e secas prolongadas.
As temperaturas mais altas devem se concentrar principalmente no interior do Nordeste, divisa do Amazonas e Pará e áreas do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Segundo projeções do Instituto Nacional de Metereologia (Inmet), a temperatura média no Brasil irá variar para cada região. No Norte e Nordeste, bem na parte de cima do país, a temperatura media deve chegar a 32,5 °C, projetando os meses de dezembro, janeiro e fevereiro.
Já na parte sul de alguns estados do Norte, atingindo o Centro-Oeste e parte de Sudeste, a temperatura média deverá ser de 30 °C.
O início do verão acontece dia 22 de dezembro e vai até 22 de março.
O verão terá início à 00h27 do dia 22 de Dezembro