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Quem é Eunício Oliveira, o novo presidente do Senado

Deputado federal entre 1998 e 2010, o peemedebista está em seu primeiro mandato como senador

Eunício Oliveira: novo presidente do Senado tem pretensões políticas no Ceará (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Eunício Oliveira: novo presidente do Senado tem pretensões políticas no Ceará (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 19h30.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2017 às 18h20.

Brasília - Com a aprovação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Eunício Oliveira (PMDB-CE) foi o nome escolhido pela legenda peemedebista para assumir o comando do Senado. Mesmo sem ter apoio unânime dentro do partido - Roberto Requião (PMDB-RS) resistiu à indicação do correligionário-, Eunício venceu com tranquilidade a disputa pela presidência da Casa nesta quarta-feira.  O peemedebista teve o apoio de 61 dos 81 senadores votantes-- José Medeiros (PSD-MT) levou 10 votos e outros 10 foram em branco.

Deputado federal entre 1998 e 2010, Eunício está em seu primeiro mandato como senador. Em 2015, o peemedebista já dava sinais de que gostaria de disputar o comando da Casa, mas o PMDB deu preferência para o experiente Renan Calheiros.

Com menos de 10 anos na vida política, Eunício Oliveira chegou a Esplanada dos Ministérios. Entre janeiro de 2004 a julho de 2005, ele foi ministro das Comunicações no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No Congresso, Eunício se empenhou nas negociações de apoio político do PMDB ao governo petista, o que lhe garantiu um ministério.

Como senador, Eunício ocupou duas funções relevantes: a liderança do PMDB e a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). No ano passado, foi relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabeleceu um teto para os gastos federais nos próximos 20 anos. O projeto era a menina dos olhos do governo Temer em 2016.

O perfil do peemedebista lhe garantiu apoio até mesmo de partidos da oposição na disputa pelo comando do Senado.

Segundo fontes ouvidas por EXAME.com, Eunício teria atuado diretamente na negociação para que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) não perdesse seus direitos políticos durante o processo de impeachment, em 2016. O que ele ganharia em troca? O apoio dos petistas na eleição para a presidência da Casa. Funcionou.

Nos corredores do Senado, as pretensões de Eunício para o futuro parecem claras. Correligionários do senador apostam que ele concorrerá ao governo do Ceará em 2018. Essa seria a segunda tentativa do peemedebista na eleição para o governo cearense. Em 2014, Eunício conseguiu 46,41% dos votos válidos e foi para o segundo turno. Com um resultado acirrado, o peemedebista perdeu a segunda etapa para Camilo Santana (PT), que era apoiado pelo então governador Cid Gomes (PROS).

Lava Jato

Mesmo sem responder a processos no Supremo Tribunal Federal (STF) e sem ser alvo de inquéritos em andamento na Corte, Eunício já foi citado por dois delatores da Operação Lava Jato. Em 2016, o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho afirmou que pagou R$ 2,1 milhões em propina ao parlamentar. Segundo o delator, o peemedebista teria atuado em defesa dos interesses da empreiteira na votação de projetos de lei no Senado. O senador diz que "todos os recursos arrecadados em suas campanhas foram recebidos de acordo com a lei e aprovados pela Justiça Eleitoral".

Também no ano passado, o ex-diretor de Relações Institucionais da Hypermarcas Nelson Melo declarou que repassou R$ 5 milhões para a campanha de Eunício ao governo do Ceará por meio de contratos fictícios. A defesa do peemedebista nega as acusações. O ex-senador Delcídio do Amaral o citou os termos da delação premiada na Operação Lava Jato homologada em 15 de março de 2016 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Delcídio o acusa de corrupção. Eunício negou a acusação.

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