Dilma e Lula (Lula Marques/Agência PT/Reprodução)
Luiza Calegari
Publicado em 30 de junho de 2017 às 17h39.
Última atualização em 30 de junho de 2017 às 17h41.
São Paulo - Em depoimento ao Ministério Público Federal, o empresário Joesley Batista detalhou as conversas que teve com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, sobre as contas mantidas em nome dos candidatos no exterior. A revista VEJA teve acesso a esses depoimentos e os divulgou hoje.
Segundo VEJA, em 2014, o empresário se encontrou com Dilma e informou-a que o dinheiro para financiar as campanhas do PT estava acabando.
A fonte do dinheiro seria uma conta-propina de 150 milhões de dólares, criada em acordo com Guido Mantega, em troca dos investimentos bilionários feitos pelo BNDES e pelos fundos de pensão na JBS.
Joesley teria, então, detalhado que já havia doado "300 e tantos milhões" para campanhas do partido naquele ano. Ele teria pedido confirmação a Dilma para liberar mais 30 milhões para a campanha de Fernando Pimentel em Minas Gerais.
Segundo o depoimento, Dilma concordou com a liberação, após ser alertada de que, com isso, o dinheiro da JBS para as campanhas acabaria.
Antes dessa conversa, o empresário tinha dito que a então presidente, candidata à reeleição, não precisava entrar nos termos do acordo feito com Guido Mantega.
Em relação a Lula, Joesley disse que a conversa foi apenas um alerta de que o dinheiro das campanhas ia acabar. O ex-presidente não respondeu.
Joesley afirmou não ter certeza se as contas em nome de Lula e Dilma eram de dinheiro de campanha ou deles próprios, por isso foi avisar Lula.