Presidente Michel Temer, (Ueslei Marcelino/Reuters)
Valéria Bretas
Publicado em 27 de junho de 2017 às 11h52.
Última atualização em 27 de junho de 2017 às 12h09.
São Paulo – Na noite desta segunda-feira (26), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou criminalmente o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva no caso JBS.
Na acusação de 60 páginas protocolada no gabinete do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), Janot disse que Temer se valeu da condição de “chefe do Poder Executivo e liderança política nacional” para receber para si, por intermédio de Rocha Loures, vantagem indevida de 500 mil reais ofertada por Joesley Batista, da JBS, com pagamento operado pelo executivo Ricardo Saud, da J&F, controladora da JBS.
Além dos 500 mil reais, Janot afirma que o peemedebista aceitou uma promessa de R$ 38 milhões em vantagem indevida.
O STF, no entanto, só pode aceitar a denúncia com o aval da Câmara dos Deputados. São necessários os votos de 172 dos 513 deputados para negar a autorização.
Além da condenação, Janot pede a perda do mandato de Temer, "principalmente por terem agido com violação de seus deveres para com o Estado e a sociedade". Na acusação, o procurador-geral da República pediu ainda que o presidente devolva R$ 10 milhões aos cofres públicos por danos morais coletivos.
Veja a íntegra da denúncia.