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Vazamento de informações é deplorável, critica Cardozo

Ministro classificou como "deplorável" o vazamento à imprensa de informações contidas em depoimentos de Paulo Roberto da Costa


	Paulo Roberto da Costa: depoimento à Polícia Federal vazou para a imprensa
 (Geraldo Magela/Agência Senado)

Paulo Roberto da Costa: depoimento à Polícia Federal vazou para a imprensa (Geraldo Magela/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 21h19.

Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, classificou como "deplorável" o vazamento à imprensa de informações contidas em depoimentos do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, no âmbito da Operação Lava Jato. 

"O pretenso vazamento de notícias é sempre algo nocivo à sociedade na medida em que caracteriza violação manifesta à lei. Acho deplorável, mas é uma prática que tem sido recorrente infelizmente no Brasil", disse Cardozo, ao deixar evento de posse do desembargador federal Luiz Alberto Gurgel de Faria como ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

"Um estado democrático de direito tem regras para serem obedecidas e há ali um sigilo legal."

Cardozo confirmou que a Polícia Federal abriu inquérito para apurar o vazamento da delação e encontrar os responsáveis pelo fato.

Além disso, o ministro solicitou ontem (8) ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acesso aos depoimentos para "tomar decisão de abrir processos administrativos ou medidas corretivas a partir dos fatos narrados".

"Como sabemos que o juiz de primeira instância, se correta a notícia divulgada, não poderia homologar a delação premiada porque haveria foro privilegiado de pessoas mencionadas e não estando o inquérito no STF, pedimos que o procurador tomasse providências para que pudéssemos ter acesso a isso, se a lei assim o permitisse", explicou o ministro.

Janot informou o Ministério da Justiça que pretende apreciar o pedido "com a maior agilidade possível", segundo Cardozo.

Na sexta-feira e no final de semana, o Estadao.com e a revista Veja divulgaram informações sobre o depoimento de Paulo Roberto da Costa. São citados nomes de parlamentares, ministros e governadores que teriam recebido propina para conseguir contratos na Petrobras.

Efeito eleitoral

O ministro da Justiça classificou como "exacerbação retórica" que acaba "caindo em descrédito" a tentativa de ligar a presidente e candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, às denúncias envolvendo a Petrobras.

"Tentativa que muitas vezes se faz de tentar atacar a presidente Dilma em relação a situações dessa natureza, marcadas por retórica e uma exacerbação do clima eleitoral, não ganham coro", disse Cardozo.

Ele aproveitou para afirmar que Dilma tem se firmado como defensora de "políticas firmes de combate à corrupção" e defende a autonomia da polícia federal e da procuradoria-geral.

"A presidente é muito transparente. Tem espírito republicano muito forte e ninguém duvida disso no Brasil", disse Cardozo. Nas palavras do ministro, a postura de Dilma mostra que "não há nenhuma complacência com mal feitos, nenhuma complacência com ilícitos".

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