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Valério busca saídas para atenuar eventual pena

O empresário reclama pelo fato de o Supremo tê-lo condenado por peculato; ele sustenta que não foram, utilizados recursos públicos nas transações


	Marcos Valério evita aparecer em seu escritório em Belo Horizonte para fugir dos jornalistas
 (Wikimedia Commons)

Marcos Valério evita aparecer em seu escritório em Belo Horizonte para fugir dos jornalistas (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 12h53.

Belo Horizonte - Enquanto sofre seguidas condenações no julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza calcula os passos e ao mesmo tempo busca uma saída para tentar atenuar possíveis penas. A pelo menos duas pessoas com quem falou na última semana, Valério reclamou muito pelo fato de o Supremo tê-lo condenado por peculato. O empresário sustenta que não foram utilizados recursos público nas transações.

Valério evitou nos últimos dias aparecer em seu escritório, na capital mineira. Ele foi orientado pelo advogado, Marcelo Leonardo, e pelo amigo e ex-sócio Rogério Tolentino, também réu do mensalão, com quem divide a sala, a não comparecer ao local para evitar os jornalistas que faziam plantão em frente ao prédio.

Quem o viu recentemente, contudo, disse não tê-lo encontrado abatido nem choroso. Valério dirige o próprio carro, costuma buscar o filho na escola e frequenta a casa de parentes. Recentemente foi à casa de uma prima para assistir a um jogo do Atlético Mineiro, seu time no futebol. Mas vive um drama familiar. Se desentendeu com a mulher, Renilda Santiago, e deixou a confortável casa de ambos na Pampulha, região norte de Belo Horizonte, para morar em um flat.

Na semana passada o empresário desabafou ao conversar por telefone com o ex-deputado Virgílio Guimarães - petista que assume manter laços de amizade com o chamado operador do mensalão e foi responsável por apresentar o então dono das agências de publicidade SMPB e DNA à cúpula do partido. "Ele já teve um linchamento moral", disse Virgílio. "Eu vi ele reclamando por ser condenado por coisas que não fez. (Está) Totalmente indignado, mas com o Supremo, não com o PT", alega o ex-deputado.

Entre petistas mineiros, contudo, a reportagem da revista Veja, segundo a qual Valério teria dito a interlocutores próximos e familiares que Lula era de fato o "chefe" do esquema e a movimentação de recursos teria chegado a R$ 350 milhões, foi vista como uma clara ameaça. No partido a suposta reação de Valério criou "um clima de alerta" por entender que o empresário está "acuado" e sem perspectivas de se livrar da cadeia. Os recados por meio da imprensa sempre foram entendidos como ameaça e o partido designou nos últimos anos interlocutores para manter as pontes com o empresário.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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