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Vale do Anhangabaú é reaberto com opiniões divididas

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) chegou por volta das 10h para uma vistoria. Em entrevista coletiva, ele comemorou a taxa de vacinados e prometeu acertar questões como a falta de bebedouros e falta de totens com álcool em gel

Simulação do Vale do Anhangabaú após a reforma (Prefeitura de SP/Divulgação)

Simulação do Vale do Anhangabaú após a reforma (Prefeitura de SP/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de julho de 2021 às 13h55.

Com 80% da população elegível vacinada com pelo menos uma dose da vacina contra à covid-19, Prefeitura de São Paulo reabriu, neste domingo, 25, o Vale do Anhangabaú, no centro da cidade. Primeiros visitantes dividiram-se sobre a beleza e utilidade do novo espaço.

Ao menos neste primeiro dia, o Vale esteve cercado por grades. Mesmo sem restrições explícitas à entrada, elas criaram uma fronteira entre os moradores em situação de rua e o espaço. A princípio, a ideia é que as grades sejam retiradas quando a operação do novo Vale estiver normalizada. A presença da Guarda Civil Metropolitana no entorno foi bastante ostensiva.

Entre as novidades, o vale ganhou 850 jatos d’água (com água de reuso), 13 quiosques, assentos, novos pontos de iluminação e pista de skate ( para prática de street - modalidade que rendeu a primeira medalha olímpica brasileira em Tóquio).

No primeiro dia de abertura, algumas pessoas foram flagradas sem máscara - inclusive uma funcionária terceirizada. Também faltaram totens com álcool em gel, bebedouros e fiscais para garantir a obediência às normas sanitárias. Para evitar aglomerações, as atividades abertas ao público também serão graduais e ainda com restrições de horário.

Entre as novidades dessa reinauguração está a exposição “Olhares da linha de frente”, com retratos dos profissionais da saúde que combateram à pandemia. Além disso, os grupos teatrais Satyros e Pia Fraus organizam visitas guiadas lúdicas ao Vale.

Mas o que os primeiros visitantes acharam do novo Vale do Anhangabaú? “ Um cimentadão sem expressão. Não entendi o que eles estão pensando aqui”, comentou o aposentado Dante Tridico, 89 anos. Apaixonado pela cidade, Tridico garante que já viu melhores versões do Vale.

Outro olhar crítico foi do bombeiro aposentado Claudio Silvano, 49 anos. “Achei que falta verde. Falta vida e alegria. Imagino que será um ótimo espaço para eventos grandes, como Copa do Mundo e Shows. Apesar disso, se cuidarem da segurança, penso em trazer a família para um passeio”, falou.

Opiniões mais positivas também apareceram entre os novos usuários. "Sinto que o espaço será democrático. Espero ver outros espaços no centro restaurados. É importante que lugares como esse sejam melhorados”, disse o enfermeiro Luciano Clemente Siboldi, 42 anos. “Mas espero que olhem também para o que está acontecendo com a população de rua e a miséria ao redor”, completou.

Mas a mais animada era a aposentada Maria Rita Sobreiro, 67 anos. “Foi a melhor coisa que aconteceu. O centro é um grande museu. Adorei o espaço e pretendo frequentar”, disse.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) chegou por volta das 10h para uma vistoria. Em entrevista coletiva, ele comemorou a taxa de vacinados e prometeu acertar questões como a falta de bebedouros e falta de totens com álcool em gel.

A reconstrução do Vale teve início em 2019. O projeto foi desenhado pelo escritório dinamarquês de arquitetura Jan Gehl, contratado ainda durante a gestão de Fernando Haddad (PT) na Prefeitura. Com prazos que não se cumpriram e reinaugurações adiadas, a administração pública diz ter investido R$ 105,6 milhões na requalificação da área.

As obras do Vale foram finalizadas em outubro do ano passado. Naquela época, a licitação da área foi vencida por uma oferta de R$ 6, 5 milhões do Consórcio Viaduto do Chá, que não entregou os documentos dentro do prazo necessário. Em março deste ano, a administração municipal convocou a Viva Vale, segunda colocada no processo de concessão, para gerir o novo Anhangabaú (pelos próximos 10 anos).

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