Brasil

Vale-alimentação: relator de MP quer opção para empresas pagarem benefício em dinheiro

A ideia é que os empregadores possam negociar com os sindicatos da categoria o pagamento do benefício, separado do salário, para não caracterizar verba trabalhista

Vale-Alimentação: a MP trata do auxílio-alimentação, além de regulamentar o regime de trabalho remoto (home office), que cresceu, durante a pandemia da Covid-19 (Gabriel Vergani / EyeEm/Getty Images)

Vale-Alimentação: a MP trata do auxílio-alimentação, além de regulamentar o regime de trabalho remoto (home office), que cresceu, durante a pandemia da Covid-19 (Gabriel Vergani / EyeEm/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 15 de julho de 2022 às 10h30.

Última atualização em 15 de julho de 2022 às 10h34.

O relator da medida provisória (MP) 1.108, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força Sindical, quer incluir no texto a permissão para que os trabalhadores possam receber a verba do auxílio-alimentação em dinheiro. A ideia é que os empregadores possam negociar com os sindicatos da categoria o pagamento do benefício, separado do salário, para não caracterizar verba trabalhista.

O deputado justifica que a medida é benéfica aos trabalhadores, pois boa parte deles repassa os tíquetes com desconto para usar o dinheiro em outras finalidades.

Editada em 25 de março, a MP trata do auxílio-alimentação, além de regulamentar o regime de trabalho remoto (home office), que cresceu, durante a pandemia da Covid-19.

Mas, diferentemente do que propõe o relator, a MP restringe o uso do auxílio-alimentação ao pagamento de refeições ou aquisição de gêneros alimentícios em estabelecimentos previamente credenciados. A proposta também veda a negociação do vale refeição com descontos e deságios.

Pela MP, o descumprimento das novas regras resulta na cobrança de multa entre R$ 5 mil e R$ 50 mil, em caso de execução inadequada, desvio ou desvirtuamento das finalidades do auxílio-alimentação.

A MP perderá a validade em 8 de agosto se não for apreciada pelo Congresso. O relator disse que está negociando com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a votação do parecer em plenário na primeira semana de agosto, logo após o retorno das atividades do Legislativo.

O plano, disse, é acertar com o Senado a votação acelerada para evitar a caducidade da MP.

— Apresentei a proposta ao Arthur (Lira) e ele gostou da ideia — afirmou o deputado ao GLOBO.

Ele disse que pretende finalizar o relatório nos próximos dias e discutir o parecer com líderes dos partidos. A mudança na MP não foi negociada com o Ministério do Trabalho e Previdência e enfrenta resistência de plataformas de delivery.

LEIA TAMBÉM: 

Covid-19: Rio começa a vacinar crianças de 4 anos; outras capitais aguardam ministério

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCLTDireitos trabalhistasflexibilidade-no-trabalho

Mais de Brasil

Governo Tarcísio é aprovado por 68,8% e reprovado por 26,7%, diz Paraná Pesquisas

China desafia domínio da Starkink com planos de serviço de internet via satélite no Brasil

Governo divulga novo cronograma do CNU; veja datas atualizadas

Mauro Cid presta depoimento ao STF após operação e pedido de suspensão de delação