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Valcke diz estar preocupado com embriaguez nas arenas

Secretário-geral da Fifa não descarta suspender a venda da bebida se necessário por conta da violência


	Torcedores brasileiros e argentinos no jogo entre Suíça x Argentina na Arena Corinthians
 (Beatriz Souza/ EXAME.com)

Torcedores brasileiros e argentinos no jogo entre Suíça x Argentina na Arena Corinthians (Beatriz Souza/ EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2014 às 22h40.

Rio - Depois de passar anos pressionando o Brasil a mudar sua constituição e aceitar servir cerveja de seu patrocinador na Copa do Mundo, Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, agora se diz "muito assustado" com o nível de embriaguez nas arenas brasileiras.

Ele não descarta suspender a venda da bebida se necessário por conta da violência.

Valcke, que em 2012 sugeriu que o Brasil recebesse um "chute no traseiro" pelos atrasos, agora afirma que "não se lembra" do que disse.

Na noite desta terça-feira, o francês foi entrevistado pelo SporTV e, em uma avaliação do Mundial, admitiu que a segurança é uma das prioridades até o final do torneio.

Nos últimos anos, a Fifa obrigou o governo a passar uma lei no Congresso e Valcke ainda percorreu cada câmara municipal de cidades sedes fazendo lobby pela transformação da regra que impedia a venda de bebidas nos estádios. Em 2012, ele chegou a dizer que "cerveja não era vodka".

Mas com as rivalidades entre torcedores sul-americanos e as dezenas de brigas pelos estádios e nas ruas, Valcke indica que a cerveja é parte do problema.

"Fiquei assustado com o álcool", disse. "Surpreendeu-me o nível de álcool. Talvez muitas pessoas estavam bêbadas e, quando se bebe, a violência pode aumentar", afirmou.

A Budweiser é uma das principais patrocinadores da Fifa e exigiu que o Brasil adotasse uma lei especial apenas para o Mundial, liberando a bebida.

Valcke não negou que a venda possa ser suspensa. "Se precisarmos controlar a vendar, vamos controlar", disse. Ele admite que esse foi "um pedido da Fifa". Mas agora dá sinais de arrependimento. "Fiquei preocupado. Precisamos ver isso", admitiu.

Para os próximos jogos e principalmente para a final, a Fifa e os governos fortalecerão a segurança das arenas que continuam no torneio.

Os vigias e policiais de estádios, os "stewards", que não serão mais usados serão transferidos para os demais que vão permanecer no torneio. Para a final, Valcke garante que a segurança "será máxima". Mas insiste que a responsabilidade é do governo.

Mimimi

Valcke reconheceu que, durante a preparação, foi o responsável por fazer muito "mimimi". Ao ser questionado sobre a sua sugestão de que o Brasil deveria receber um "chute no traseiro", o francês primeiro tentou minimizar.

"Faz muito tempo. Esqueci o que eu disse". Mas admitiu: "Se você me perguntar a pior lembrança da preparação, essa foi a pior. Isso criou uma situação muito difícil. Foi a pior parte dos sete anos".

Hoje, ele garante que apenas criticava porque "queria ter certeza que todos estavam trabalhando". "Hoje toda a Fifa está muito feliz. O País está a caminho de entregar tudo o que esperávamos do Brasil", disse. "Vou aproveitar. Não estou estressado", afirmou.

"O que vemos nas ruas e nas 12 sedes é o que todos esperávamos do Brasil, onde o futebol é uma religião".

Ele admite que, fora dos campos, a Fifa teve "alguns pequenos problemas". "Mas nada que tenha sido muito importante", disse. "Vimos algumas coisas desafiadoras nos primeiros jogos. Mas no segundo jogo em cada estádio, não tivemos mais problemas", afirmou.

Para ele, a partir de agora, a ordem é "curtir". "Os próximos jogos são apenas por prazer. Não acho que devemos falar de problemas. É o momento de falar e curtir futebol", insistiu.

Em campo, Valcke estima que a Copa de 2014 é "o melhor Mundial". "Sem dúvida é a melhor Copa do Mundo quando pensamos em futebol. O nível de futebol está impressionante", disse.

Segundo ele, é "muito difícil" prever quem serão as duas seleções finalistas. "A Copa está aberta. Não será fácil para o Brasil contra a Colômbia ou para a Argentina contra a Bélgica", disse. Ele, porém, admitiu que as individualidades podem fazer a diferença.

Valcke ainda chamou a atenção para a pressão sobre os jogadores brasileiros.

"O Brasil é visto como a seleção que tem de ganhar. Os jogadores estão sob muita pressão e estavam chorando depois do jogo contra o Chile. Era como se fosse uma final antes da final. Mas ainda não acabou", completou.

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