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Valcke: descentralização política cria dificuldade para Copa

Segundo secretário-geral da Fifa, os três níveis do governo brasileiro aumenta o número de interlocutores e faz a gestão ser um pouco "mais difícil"


	Valcke: como a Copa terá 12 sedes, a Fifa deve negociar com 12 prefeitos e 12 governadores, além do Executivo central
 (Harold Cunningham/ Getty Images)

Valcke: como a Copa terá 12 sedes, a Fifa deve negociar com 12 prefeitos e 12 governadores, além do Executivo central (Harold Cunningham/ Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2012 às 12h15.

São Paulo - O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse nesta sexta-feira que a estrutura descentralizada do poder político brasileiro representa uma dificuldade a mais na organização da Copa do Mundo de 2014.

O dirigente esportivo, que está em São Paulo, destacou que a "estrutura política do Brasil não é a mais fácil" já que conta com três níveis de governo - central, regional e municipal -, o que aumenta o número de interlocutores e faz a gestão ser um pouco "mais difícil".

Como a Copa terá 12 sedes, a Fifa deve negociar com 12 prefeitos e 12 governadores, além do Executivo central, a fim de se ajustar às legislações locais em questões como o álcool e os descontos no preço das entradas.

Em entrevista coletiva, Valcke disse que os estádios são "chave" para a competição, mas acrescentou que a "parte mais importante" dos eventos esportivos que o Brasil irá sediar a partir do próximo ano, começando pela Copa das Confederações, é a torcida, por isso ressaltou a necessidade de proteger seus interesses.

Para Valcke, é preciso trabalhar na melhora do transporte do aeroporto à cidade e da cidade aos estádios, além de garantir lugares em hotéis para os torcedores, já que são eles que apoiam as seleções e encorajam os jogadores, além de serem os compradores de entradas e produtos da Fifa.


O secretário também disse que seu discurso mudou para um tom mais conciliador ao perceber que as cidades "começaram a trabalhar".

Valcke também se referiu à forte polêmica suscitada no Brasil no início de ano por declarações nas quais assegurou que o país merecia "um chute no traseiro" para acelerar as obras.

"Minhas palavras criaram uma guerra", disse o dirigente, que reconheceu que levou tempo para "digerir" aquele comentário e reiterou que em francês essa frase não tem uma conotação tão ofensiva.

Além disso, manifestou que o Brasil "fez muito" por restabelecer as conversas, reconstruir a relação e voltar a sentar com as partes.

Em referência ao atraso de alguns estádios, entre os que foi citado o da cidade de Manaus, assegurou que "não há plano B", mas que sempre é possível retirar uma sede do campeonato como foi feito na África do Sul e em outras ocasiões, e que a data limite para tomar essa decisão é o fim do ano que vem. 

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