Brasil

Valadares diz que Calheiros é candidato em off no Senado

O senador Antonio Carlos Valadares admitiu ser mais difícil vencer Calheiros com uma candidatura avulsa na votação secreta do domingo


	Calheiros: sua estratégia é adiar ao máximo possível lançamento da sua candidatura, para não virar "vitrine"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Calheiros: sua estratégia é adiar ao máximo possível lançamento da sua candidatura, para não virar "vitrine" (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2015 às 14h38.

Brasília - Agindo como candidato à reeleição, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), telefonou, na manhã desta terça-feira, 27, para o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), seu provável adversário na disputa marcada para o domingo, 1º de fevereiro.

Na conversa, de acordo com o socialista, Calheiros disse que não poderia se lançar candidato sem uma reunião da bancada do PMDB, mas fez questão de dizer que, se reeleito, irá fazer uma gestão da Casa "austera" nos próximos dois anos.

"Renan parece um candidato em off", afirmou Valadares ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, ao ressalvar que só será candidato com apoio da bancada.

Ele admitiu ser mais difícil vencer Calheiros com uma candidatura avulsa na votação secreta do domingo.

Isso porque, pelos seus cálculos, teria no máximo 30 votos contando apoios de partidos de oposição e de senadores independentes.

Valadares defende como a melhor opção encontrar um candidato dentro do PMDB que não seja Calheiros.

Mas senadores do partido cotados, como Ricardo Ferraço (ES) e Luiz Henrique (SC), ainda não decidiram se vão enfrentar Renan na própria bancada.

A estratégia de Calheiros é adiar, ao máximo possível, o lançamento da sua candidatura para não virar "vitrine".

O Palácio do Planalto apoia a permanência do peemedebista no posto, desde que, até a eleição, não seja investigado ou denunciado pela Procuradoria-Geral da República por envolvimento na Operação Lava Jato.

Ele foi um dos 28 citados, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa em sua delação premiada.

No contato telefônico com Valadares, Calheiros disse que, assim que o PMDB tomar uma decisão - indicando-o para disputar a presidência novamente -, ele pretende conversar com os demais partidos para apresentar seus planos de gestão do Senado até o início de 2017.

O líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE), a quem cabe convocar a bancada para decidir sobre a candidatura, chega na tarde desta terça-feira, 27, em Brasília (DF).

A tradição da Casa é eleger como presidente um integrante da maior bancada, que é o PMDB, com 18 senadores.

Após renunciar à presidência, em dezembro de 2007, para não ter o mandato cassado, Calheiros voltou a comandar o Senado em 2013 e amparou sua gestão em medidas de cortes de gastos administrativos - sem conter privilégios para senadores, como uma diretoria de check-in de voo.

A estimativa é de que tenha economizado nos dois anos R$ 530 milhões.

A avaliação dentro do PSB é de que a estratégia de costurar a candidatura de Antonio Carlos Valadares "forçou" Calheiros a se colocar logo como candidato.

Os seis senadores socialistas reúnem-se hoje à noite para oficializar a candidatura de Valadares.

Acompanhe tudo sobre:MDB – Movimento Democrático BrasileiroPartidos políticosPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosRenan CalheirosSenado

Mais de Brasil

Secretário-geral da ONU pede "espírito de consenso" para G20 avançar

Paes entrega a Lula documento com 36 demandas de prefeitos do U20

Varredura antibomba e monitoramento aéreo: chegada de chefes de Estado para o G20 mobiliza segurança