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Vai ter greve dos entregadores? Categoria anuncia paralisação para hoje e terça

Entregadores de aplicativo anunciaram uma greve nacional para este 31 de março e 1º de abril para reivindicar melhores condições de trabalho e reajuste de remuneração

Os entregadores cobram o estabelecimento de uma taxa mínima de R$ 10 por entrega e o aumento do valor pago por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50, entre outras demandas (Djalma Vassão/Fotos Públicas)

Os entregadores cobram o estabelecimento de uma taxa mínima de R$ 10 por entrega e o aumento do valor pago por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50, entre outras demandas (Djalma Vassão/Fotos Públicas)

Publicado em 31 de março de 2025 às 10h45.

Última atualização em 31 de março de 2025 às 11h09.

Entregadores de aplicativos confirmaram, por meio das redes sociais, uma greve nacional de dois dias, entre essa segunda-feira, 31, e terça-feira, 1º. O movimento, denominado "Breque dos APPs", reivindica melhores condições de trabalho e reajustes de remuneração.

Os entregadores cobram o estabelecimento de uma taxa mínima de R$ 10 por entrega; o aumento do valor pago por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50; a limitação do raio das entregas de bicicleta para até três quilômetros e o pagamento integral por pedidos agrupados. Ou seja: que não haja desconto no valor recebido em caso de várias entregas feitas em uma só saída.

Em São Paulo, de acordo com os organizadores, também foram anunciados um ato na Praça Charles Miler, no Pacaembu, zona oeste da cidade, para esta segunda. Do local, os entregadores farão uma parada no vão do Masp, na Avenida Paulista, às 12h, de onde seguirão para a sede do iFood. A empresa é o principal alvo dos protestos, segundo a organização.

"A paralisação nacional dos entregadores de aplicativo é contra a exploração das empresas de aplicativo", afirmou Júnior Freitas, um dos líderes dos entregadores, durante ato neste domingo, 30.

"Eu conto com todos vocês, amanhã não façam pedidos nos aplicativos, colaborem com a nossa luta. O iFood, que detém 80% do monopólio do mercado, vem explorando os trabalhadores e o nosso sangue vem sendo jorrado nas avenidas, enquanto eles faturam muito. Então chega, os entregadores não aguentam mais", disse a liderança.

A greve conta com o apoio do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT) e da organização Minha Sampa que também levarão para a manifestação a cobrança pelo fim da escala 6×1.

A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa empresas como 99, iFood e Uber, informou à imprensa que respeita o direito de manifestação e mantém canais de diálogo com os entregadores, mas apontou que a greve nacional pode "causar transtornos".

"A Amobitec defende a regulamentação do trabalho por aplicativos, visando a proteção social dos trabalhadores e a segurança jurídica das atividades. A paralisação dos entregadores pode causar atrasos e transtornos nos serviços de entrega em São Paulo", completa a nota.

A Amobitec também alegou que houve um aumento de 5% na renda média dos entregadores entre 2023 e 2024, atingindo R$ 31,33 por hora trabalhada, segundo dados do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

Greve prevista para maio

O objetivo da categoria é que seja a "maior paralisação da história". O Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Moto-Taxistas do Estado de São Paulo (SindimotoSP) afirmou que a greve ocorrerá em todo o Brasil, que conta com cerca de 1,8 milhão de entregadores e mototaxistas.

Só em São Paulo, a categoria tem entre 700 e 800 mil trabalhadores, segundo a entidade.

Os entregadores já preveem para o dia 2 de maio outra greve geral, chamada de "feriadão", com o objetivo de pressionar por mudanças nas condições de trabalho.

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