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Vai ter greve do Metrô de SP amanhã? Sindicato se reúne para discutir ações contra privatizações

Esta é a primeira assembleia desde que a categoria realizou uma paralisação em conjunto com os servidores da CPTM e da Sabesp no último dia 3 de outubro

Metrô de São Paulo: governador quer conceder as linhas ainda operadas pelo estado (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Metrô de São Paulo: governador quer conceder as linhas ainda operadas pelo estado (Rovena Rosa/Agência Brasil)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 16 de outubro de 2023 às 15h44.

Última atualização em 20 de outubro de 2023 às 18h20.

O sindicato dos Metroviários vai se reunir nesta segunda-feira, 16, às 18h30 para discutir novas ações contra os processos de privatização em discussão pelo governo Tarcísio de Freitas. O encontro é o primeiro desde que a categoria realizou uma paralisação em conjunto com os servidores da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) no último dia 3 de outubro. 

"Estamos chamando nova assembleia para dar continuidade a Campanha Contra as Privatizações, as Terceirizações e organização da categoria", disse o sindicato em comunicado. A votação de uma nova greve para os próximos dias não está na pauta da assembleia desta noite. Na quarta-feira, dia 18, o sindicato vai apresentar na Assembleia Legislativa a proposta de plebiscito sobre as privatizações da Sabesp, Metrô e CPTM. 

A greve do dia 3 causou impacto na capital paulista, que registrou mais de 600 km de lentidão. O rodízio foi suspenso e as administrações estadual e municipal decretaram ponto facultativo. Apenas as creches e escolas municipais e postos de saúde funcionaram. Escolas da rede estadual ficaram fechadas. As linhas do Metrô não funcionaram durante todo o dia e a CPTM teve linhas com operação parcial ou fechadas.

Desde junho, os metroviários, ferroviários e trabalhadores da Sabesp exigem que o governo interrompa os processos de privatizações imediatamente, cancele os pregões de terceirização do Metrô e consulte a população por meio de um plebiscito sobre as entrega das empresas estatais à iniciativa privada. Eles afirmam que a concessão de linhas de transporte e da rede de água e esgoto vão piorar a qualidade dos serviços. E citam, como exemplo, o aumento das falhas nas linhas 8 e 9 da CPTM após a concessão à ViaMobilidade. Em meio à greve, a linha 9-esmeralda apresentou falha elétrica e os trechos entre as estações Morumbi e Villa Lobos-Jaguaré foram paralisados.

Em janeiro, logo após a posse, Tarcísio afirmou que tinha planos para privatização das linhas do Metrô. Os estudos de viabilidade da concessão das linhas 1, 2 e 3 para a iniciativa privada devem ser anunciados nos próximos meses. Em abril, o governador autorizou estudos de concessão das linhas 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, da CPTM, além da futura linha 14-Ônix. A administração estadual já assinou um contrato com a IFC (Corporação Financeira Internacional) do Banco Mundial para fazer a modelagem das concessões.

No último dia 8 de outubro, o governo estadual publicou o edital de licitação do Trem Intercidades (TIC), Eixo Norte, no valor de R$ 13,5 bilhões. O projeto também está no no escopo do edital a licitação o trem metropolitano da Linha 7-Rubi, hoje operadora pela CPTM, que atende a sete cidades: São Paulo, Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato, Campo Lindo Paulista, Várzea Paulista e Jundiaí.

Questionamento sobre descontos

A reunião dos metroviários deve tratar ainda sobre as advertências recebidas por operadores de trens que não seguiram o plano de contingência do Metrô durante a última greve. O sindicato questiona os possíveis descontos e "assédio moral" contra os trabalhadores. "Juridicamente segue a batalha para que o julgamento da greve legal e legítima seja consumado. A Constituição garante que todos têm direito à greve, pelos motivos que queiram e no momento que julguem oportuno. Já encaminhamos carta ao Metrô reivindicando que não haja nenhum desconto, nossa greve foi legítima", disse.

No feriado de 12 de outubro, os operadores realizaram um protestos e as linhas do Metrô operaram de forma parcial. Segundo nota publicada pelo sindicato, a interrupção nos serviços foi um protesto contra uma série de advertências "após cinco trabalhadores que não fazem parte da classe dos operadores de trem se recusarem a receberem treinamento para acumular funções em suas jornadas". A nota ainda disse que as punições são "uma clara retaliação à greve realizada no último dia 3" e que os trabalhos só serão retomados quando forem retiradas. Em resposta às manifestações do sindicato, o Metrô de São Paulo afirmou que advertência não relação com a greve realizada no dia três de outubro. 

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