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"Vai incendiar o país", diz Doria sobre eventual prisão de Lula

Para o prefeito de São Paulo, prender o ex-presidente durante a corrida eleitoral seria a "pior hipótese" e um "erro histórico"

Doria: "Se prenderem o Lula, pior ainda, porque ele vai se vitimizar e aí incendeia o país" (Wilson Dias/Agência Brasil/Agência Brasil)

Doria: "Se prenderem o Lula, pior ainda, porque ele vai se vitimizar e aí incendeia o país" (Wilson Dias/Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 16h17.

São Paulo - A eventual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em plena corrida eleitoral seria um "erro histórico", uma vez que incendiaria o País, declarou nesta quarta-feira, 4, o prefeito de São Paulo, João Doria.

"Mesmo que Lula não seja candidato, ele vai ter um preposto e serão dois a fazer campanha", disse o tucano, em almoço com empresários franceses e brasileiros na capital paulista.

"Se prenderem o Lula, pior ainda, porque ele vai se vitimizar e aí incendeia o País."

"Seria a pior hipótese a Justiça, embora totalmente soberana para decidir, aprisioná-lo em meio ao processo eleitoral. Seria um erro histórico", prosseguiu.

O tucano defendeu também que "a Justiça faça justiça". "Mas tenha sensibilidade também de não emitir uma sentença durante o processo eleitoral".

"Creio que para o País seria arriscado ter uma liderança como a do ex-presidente preso. Poderia criar uma conturbação muito grande."

Doria disse ainda que o processo eleitoral já começou de fato. "A meu ver, fazer campanha e seguir até outubro é algo que seria democraticamente aceitável. Se vier a ter alguma sentença, que seja após as eleições."

Bolsonaro

Ainda de acordo com o prefeito de São Paulo, a candidatura de Jair Bolsonaro terá muita dificuldade de se sustentar nos primeiros lugares das pesquisas de opinião à medida em que se aproximam as eleições presidenciais do ano que vem. Para o tucano, a tendência é que Bolsonaro "desidrate" por causa de suas ideias.

Na visão de Doria, que postula com o governador Geraldo Alckmin a vaga de candidato à presidência da República pelo PSDB, o lugar de destaque de Bolsonaro nas pesquisas hoje se deve ao fato de ele ainda "estar fora da mídia".

"Não quero fazer nenhuma observação negativa em relação a ele, mas a fragilidade de suas ideias tende a desmotivar parte desse público que hoje vota nele".

Durante o almoço com os empresários, o prefeito ainda analisou o cenário para 2018 e disse que uma eventual fragmentação de candidaturas de centro deverá favorecer os nomes dos extremos do espectro político, de ambos os lados.

No entanto, é mais provável que a esquerda seja mais beneficiada nesse processo.

"O sentimento lulo-petista tem mais chances de cativar parte do eleitorado, principalmente as pessoas mais pobres nas regiões Norte e Nordeste, que tem menor quantidade e informação, de debate e que ainda tem grau de confiabilidade surpreendentemente elevado num personagem como esse, que tem nove indiciamento criminais", lembrou.

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