Brasil

Vai faltar água em SP? Cantareira chega a pior nível dos últimos 5 anos

Represa registra menos de 30% do volume operacional neste sábado, 2, após seca prolongada, e alguns bairros de São Paulo já registram falta de água

Seca na represa Cantareira em 2016: estiagem deste ano equipara nível de água ao da última crise hídrica em SP (Divulgação/Sabesp/Divulgação)

Seca na represa Cantareira em 2016: estiagem deste ano equipara nível de água ao da última crise hídrica em SP (Divulgação/Sabesp/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de outubro de 2021 às 14h20.

Última atualização em 2 de outubro de 2021 às 15h28.

Após meses de seca, o Sistema Cantareira chegou a 29,8% do volume operacional neste sábado, 2. O número é o menor para o período em mais de cinco anos e configura a reclassificação da operação como de "restrição".

Há um ano, o volume era de 43%. O atual índice é o menor desde 21 de março de 2016, quando foi de 29,6%, pouco após a grave crise hídrica enfrentada pelo Estado de São Paulo nos dois anos anteriores. Na prática, contudo, a operação de restrição somente impacta no volume máximo de água que pode ser retirado para o abastecimento.

A Sabesp descarta racionamento na Grande São Paulo, mas admitiu reduzir a pressão nas tubulações para "preservar os sistemas de abastecimento". Em várias regiões da capital, moradores relatam problemas com a falta de água. A companhia diz que reservatórios (caixas d'água) adequados em casa são suficientes para dar conta da demanda noturna.


Com a chegada do período de chuvas em outubro, a expectativa é de que a situação seja atenuada, mas não o suficiente para chegar ao nível de "atenção" (de 40% a 60%). Nas projeções do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o sistema pode alcançar 36% de armazenamento até o fim do ano, o que o colocaria na faixa de "alerta" (de 30% a 40%).

A estimativa do órgão federal é feita com base nos números de agosto e na média histórica de chuvas do último quadrimestre do ano. Ainda de acordo com o Cemaden, as precipitações acumuladas nos meses secos (abril a agosto) deste ano representaram 32% da média histórica (calculada com dados de 1983 a 2020) para o período de abril a setembro. Em agosto, por exemplo, foram 15mm, o que significa 45% da média histórica para o mês (33 mm).

Responsável pelo abastecimento de cerca de 7,4 milhões de pessoas na Grande São Paulo, o sistema é formado pelos reservatórios Jaguari-Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Paiva Castro e Águas Claras. A seca não é exclusiva do Cantareira. No cálculo da média com outros sistemas que abastecem a região metropolitana de São Paulo (Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço), o volume operacional médio está em de 37,8%.

Acompanhe tudo sobre:CantareiraCrise da Águasao-pauloSecas

Mais de Brasil

Governo de SP assina contrato para compra de 12 mil câmeras corporais para uso da PM estadual

'Se não reverter fluxo, biomas e país estarão ameaçados', diz Flávio Dino

Nunes tem 28%; Boulos, 25,5%, e Marçal 19,7%, em São Paulo, diz pesquisa Futura

TSE e Ministério da Justiça assinam portaria que proíbe PRF de bloquear estradas no dia da eleição