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Vai chover (ainda) mais em SP: pior tempestade da semana deve acontecer entre quinta e sexta

Maior volume de precipitações da semana ainda não aconteceu; chuvas devem se estender até a próxima semana

Chuva em SP: tempestades mais fortes devem acontecer entre quinta e sexta-feira.  (Getty Images)

Chuva em SP: tempestades mais fortes devem acontecer entre quinta e sexta-feira. (Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 12h32.

Após três dias de muita chuva, São Paulo deve contar com tempestades ainda mais intensas entre esta quinta e sexta-feira. A previsão é que aconteça pancadas isoladas até domingo, com trovoadas e rajadas de vento moderadas, segundo o Instituto Nacional de Metereologia (Inmet).

Confira a previsão do tempo em São Paulo nos próximos dias

O temporal causou alagamentos e queda de árvores e contribuiu para a morte de um homem, que recebeu descarga elétrica de um fio desencapado. O Inmet também emitiu alerta laranja de tempestades para todo o Sul do país e alerta de chuvas intensas no Norte e Centro-Oeste.

As chuvas também chegarão ao Rio de Janeiro, que deve ter pancadas isoladas gradativamente mais fortes ao longo do dia. À tarde e à noite, há possibilidade de trovoadas. Apesar das precipitações, a temperatura máxima continua na faixa dos 39 °C, e a mínima fica por volta de 24 °C.

Previsão do tempo em São Paulo

Segundo informações do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (CGE), entre o meio da tarde e o início da noite desta quinta-feira, 11, a propagação de áreas de instabilidade provenientes do interior provoca chuva em forma de pancadas moderadas a fortes. Há potencial para formação de alagamentos e rajadas de vento. As precipitações podem se estender para a noite de forma intermitente.

Em situações de chuva forte, o CGE da Prefeitura de São Paulo recomenda não permanecer embaixo de árvores e da rede elétrica, procurar edificações seguras e nunca enfrentar os alagamentos e enxurradas.

Os dados do CGE mostram que janeiro acumulou até o momento 72,6mm, o que representa aproximadamente 28,3% dos 256,5mm esperados para o mês.

Na sexta-feira, 12, manhã com muitas nuvens, poucas aberturas de sol e sensação de tempo abafado. No decorrer da  tarde, áreas de instabilidade associadas à aproximação de uma frente fria provocam chuva em forma de pancadas generalizadas e com potencial para formação de alagamentos intransitáveis e transbordamentos de rios e córregos. Atenção com as áreas de encosta, pois o solo encharcado aumenta o risco de deslizamentos de terra. Mínima de 21°C e máxima de 28°C.

O sábado, 13, terá tempo instável. Entre a madrugada e o período da manhã, céu encoberto e períodos com chuva fraca a moderada. A partir do meio do dia/início da tarde, o tempo abafado gera áreas de instabilidade que provocam chuva moderada a forte com potencial para formação de alagamentos e transbordamento rios e córregos. O solo encharcado aumenta o risco de escorregamentos de terra nas áreas de encosta. Os termômetros oscilam entre 20°C e 26°C.

Volume de chuva esperado:

  • Quinta-feira (11): 30mm
  • Sexta-feira (12): 35mm
  • Sábado (13): 20mm
  • Domingo (14): 15mm

Rio de Janeiro 50 graus

A cidade do Rio de Janeiro registrou a segunda maior sensação térmica do verão na manhã desta quinta-feira (11), com 53,4 graus Celsius (°C), segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio.

O dia mais quente deste verão continua a ser o feriado de Natal, 25 de dezembro, quando a sensação térmica chegou a 55 °C.

Assim como no dia mais quente do verão, nesta quinta-feira o bairro com a maior sensação térmica foi Guaratiba, na zona oeste, e o recorde foi registrado pela manhã.

Risco de desabamento na Zona Sul

Um prédio no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, corre o risco de desabar, segundo informou a Prefeitura de São Paulo na manhã desta quinta-feira, 11. A Subprefeitura de Campo Limpo recebeu um chamado referente à queda de um muro de um condomínio no Jardim Germânia, na Rua Doutor José Serra Ribeiro, 300. Imagens mostram ainda que um barranco próximo ao local cedeu durante as fortes chuvas.

Segundo a Defesa Civil Estadual, devido às fortes chuvas de quarta-feira, parte do muro deste condomínio desabou. Após vistoria, foi constatado que o desabamento ocorreu em razão de uma erosão, conforme informações repassadas pela defesa civil municipal.

El Niño perderá força

O aquecimento das águas do Pacífico Equatorial acima da média, provocado pelo fenômeno El Niño, já teve seu pico máximo, e deverá ter outro neste mês de janeiro. Mas a partir de fevereiro, vai começar a diminuir de intensidade. A previsão é da meteorologista Andrea Ramos, do Instituto Nacional de Metrologia (Inmet).

“O que os modelos estão indicando é que o El Niño começa a perder a força a partir de fevereiro. Isso não significa que ele não atue, porque ele influencia, sim, todo o ciclo, seja no campo de chuva, de pressão, de vento. Mas já perde a força. Isso já é confirmado. A previsão é que ele termine no outono de 2024 e a gente inicie uma fase de neutralidade”, explicou Andrea.

A fase neutra é quando não se tem nenhum evento do El Niño nem do La Niña, e são mantidas as condições comuns às estações. Primavera e verão são as estações quentes e que provocam mais chuvas.

“Quando a gente sai dessas estações, vai para o outono e, depois, para o inverno. O outono é uma fase de transição. A gente ainda vai ter, no primeiro mês, temperaturas elevadas, mas já segue para um período mais frio”, disse a meteorologista.

A perspectiva é que, em setembro, já se tenha o La Niña, de acordo com a previsão Clima Noah. Andrea Ramos esclareceu que o La Niña é um sinal inverso ao El Niño. “Enquanto o El Niño é calor, o La Niña é frio. Ele diminui as chuvas na Região Sul e aumenta na Região Norte”.

O El Niño tornou o ano de 2023 o mais quente já registrado em 174 anos de medições da Organização Meteorológica Mundial (OMM). No Brasil não foi diferente, lembrou a meteorologista. Mesmo assim, o fenômeno não foi um super El Niño, como o mais recente, registrado em 2015/2016, quando o índice do último trimestre atingiu 2,6. Em 2023, no mesmo período, o índice foi 1,9.

Para este ano, o indicativo de previsão climática, é que neste verão, nos meses de janeiro, fevereiro e março, as temperaturas vão ficar acima da média. “Isso a previsão climática já está indicando. Mas, a partir de abril e maio, vai ter tendência de diminuir”, disse Andrea Ramos.

A meteorologista destacou que o El Niño não é o único fator que influencia na condição de tempo, e até na geração de ondas de calor. O Atlântico também está aquecido e isso intensificou a questão de ondas de calor em 2023, explicou. A especialista lembrou que o El Niño aquece o Pacífico e também o Atlântico. “E, com isso, a gente tem todo esse padrão”.

Andrea Ramos prevê que, para o verão, o que se tem é que as temperaturas vão ficar acima da média, com possibilidade de ondas de calor. “Só que, para ter ondas de calor, as temperaturas têm que ficar acima de 5º C em relação à temperatura máxima”.

Ela disse ainda que todo o monitoramento tem de ser feito mais próximo, porque são escalas diferentes – previsão do tempo e previsão do clima. Alertou, no entanto, que a previsão do tempo é de chuvas até o final deste mês.

(Com informações do Estadão Conteúdo, O Globo e Agência Brasil)

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