(Dado Ruvic/Reuters)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 20 de outubro de 2020 às 18h50.
Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 18h51.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável por aprovar e autorizar a vacinação contra a covid-19, acredita que a imunização só vai começar no final do primeiro semestre de 2021. A previsão foi dada pelo diretor-adjunto do órgão, Juvenal de Souza Brasil Neto, durante audiência pública no Senado nesta terça-feira, 20.
“Final do primeiro semestre do ano que vem é a nossa previsão. Mas não podemos marcar uma data, haja vista o que aconteceu com a AstraZeneca, que atrasou a fase de testes. Então torcemos que no primeiro semestre tenha um produto viável”, disse Juvenal Brasil Neto.
O prazo é diferente do que vem anunciando o Ministério da Saúde, que pretende começar a imunização em janeiro de 2021, com 7% da população.
A audiência pública foi realizada pela Comissão Mista da Covid-19, do Congresso Nacional, para debater como será a operação do Programa Nacional de Imunização contra a covid-19. Entre os temas abordados estavam a evolução da fase testes de todos imunizantes, prazos, necessidade e a possibilidade de vacinação dos brasileiros.
Participaram da sessão representantes do Instituto Butantan, da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), e do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).
No fim de setembro, a Anvisa simplificou o procedimento de aprovação e registro da vacina. Chamado de submissão contínua, a análise dos dados referentes aos imunizantes é realizada na medida em que forem gerados e apresentados à Anvisa os resultados das pesquisas. Mesmo assim, o diretor ponderou que não se pode pular prazos.
Questionado sobre a comprovação da eficácia, o diretor da Anvisa disse que todos os organismos internacionais trabalham como uma taxa de, pelo menos, 70%, mas que por causa da pandemia, este valor deve ser de 50%. A regra deve ser seguida também pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Enquanto a audiência pública era realizada, o Ministério da Saúde anunciou que vai comprar a vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan. A aquisição será por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e vai garantir 46 milhões de doses ao Programa Nacional de Imunizações.
O valor pago pelo governo federal será de 1,9 bilhão de reais. O recurso será liberado por meio da edição de uma nova Medida Provisória. O Ministério da Saúde já havia anunciado, também, o investimento de 80 milhões de reais para ampliação da estrutura do Butantan.