Brasil

Vacina de Oxford começa a chegar ao Brasil em janeiro, diz Pazuello

Contando com convênio internacional e produção da Fiocruz, o país tem 300 milhões de doses garantidas para o ano que vem, segundo o ministro

 (José Dias/PR/Flickr)

(José Dias/PR/Flickr)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 2 de dezembro de 2020 às 11h43.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quarta-feira, 2, que as primeiras doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chegarão ao país entre janeiro e fevereiro. A primeira leva será de 15 milhões de doses. Até o fim do primeiro semestre de 2021, serão 100 milhões.

No segundo semestre do ano que vem, será possível produzir com a Fiocruz até 160 milhões de doses a mais, disse o ministro, em audiência pública remota no Congresso Nacional. O Brasil firmou acordo bilateral de transferência de tecnologia com a AstraZeneca/Oxford, por intermédio da Fiocruz, de 1,9 bilhão de reais. Além disso, lembrou Pazuello, o país aderiu ao consórcio Covax Facility, de 2,5 bilhões de reais, para garantir a vacinação.

"É uma iniciativa internacional para acelerar o desenvolvimento de vacinas e permitir o acesso equitativo aos países participantes", explicou. Dez fabricantes participam do Covax Facility, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O acordo facilitará a compra e o recebimento de 42 milhões de doses de uma dessas fabricantes, que incluem a AstraZeneca e a Pfizer.

A distribuição será feita após registros internacionais e o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Somando-se a reserva pelo acordo internacional às compras da vacina de Oxford, o país têm garantidas mais de 140 milhões de doses, além das 160 milhões que serão produzidas pela Fiocruz no segundo semestre, apontou o ministro. "São 300 milhões de doses de vacinas já acordadas e negociadas", disse. 

O ministro ressaltou, no entanto, que nem todas as empresas que desenvolvem as vacinas estão prontas para a distribuição. "Ficou muito óbvio que são muito poucas as fabricantes que têm a quantidade e o cronograma de entrega efetivo para o nosso país. Quando a gente chega ao final das negociações e vai para cronograma de entrega, fabricação, os números são pífios", disse. "Números de grande quantidade, realmente, se reduzem a uma, duas ou três ideias", apontou.

O ministro afirmou que "há uma campanha publicitária muito forte", que nem sempre tem resultados práticos. "Uma produtora lança uma campanha publicitária de que já fez, está pronto, está maravilhoso. Quando você vai apertar, a história é bem diferente", afirmou. "Na hora que você vai efetivar a compra, vai escolher, não tem bem aquilo que você quer, o preço não é bem aquele, e a qualidade não é bem aquela. Então, quando a gente aperta, as opções diminuem bastante", disse.

 

 

 

Acompanhe tudo sobre:Coronavírusvacina contra coronavírus

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar