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Vacina de H1N1 faz Butantã trabalhar de madrugada

55 pessoas morreram por gripe em São Paulo até o último dia 29 de março


	Vacina: com surto de H1N1 fora de época, calendário de vacinação foi antecipado em São Paulo
 (Osnei Restio/ Prefeitura de Nova Odessa)

Vacina: com surto de H1N1 fora de época, calendário de vacinação foi antecipado em São Paulo (Osnei Restio/ Prefeitura de Nova Odessa)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2016 às 08h38.

São Paulo - As mortes por gripe H1N1 no Estado de São Paulo chegaram a 55, considerando os dados até o dia 29 de março. O número é cinco vezes maior do que o registrado em todo o ano passado, quando dez pessoas morreram. Em meio ao surto antecipado da doença, o Instituto Butantã, responsável por produzir as vacinas contra a gripe oferecidas na rede pública, passou a adotar turnos extras de trabalho, com jornadas até de madrugada, para conseguir antecipar a entrega de parte das doses.

O boletim divulgado ontem pela Secretaria Estadual da Saúde revela que, além do total de óbitos, foram registrados 372 casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pelo H1N1 no Estado, ante 33 em 2015. No balanço divulgado na segunda-feira, eram 260 casos e 38 mortes.

O surto fora de época fez a secretaria antecipar o início da vacinação para o dia 11 na capital e na Grande São Paulo - no restante do Estado, assim como em todo o País, a campanha ocorrerá a partir do dia 30, conforme o agendamento original do Ministério da Saúde. Fazem parte do público-alvo da campanha idosos, crianças entre 6 meses e 5 anos, gestantes, profissionais de saúde, puérperas, doentes crônicos, profissionais de saúde, indígenas, detentos e funcionários do sistema prisional. Serão imunizados a partir do dia 11 deste mês somente os três primeiros grupos.

As primeiras doses antecipadas foram entregues pelo Butantã anteontem, de acordo com Jorge Kalil, diretor do instituto. Por contrato, o laboratório deve enviar ao ministério neste ano cerca de 49 milhões de doses entre abril e maio. Com a produção acelerada, o instituto já finalizou e entregou 16 milhões delas. Em condições normais, esse volume ficaria pronto duas semanas depois. "No começo de março, quando começamos a perceber o aumento de casos de H1N1, passamos a trabalhar em turno extra na área de envasamento", disse Kalil ontem ao Estado.

O setor, que tem 200 funcionários e trabalhava em dois turnos, passou a funcionar em três turnos, 24 horas. Com a mudança, o Butantã dobrou a capacidade de envasamento das vacinas - de 500 mil para 1 milhão por dia.

Outra mudança adotada pelo instituto, por causa do surto antecipado em São Paulo, foi enviar as doses voltadas para o público paulista diretamente para a Secretaria Estadual da Saúde e não para o Ministério da Saúde, como ocorre em todos os anos. "Foi feito um acordo para que, neste ano, a gente não precisasse encaminhar as vacinas para Brasília para depois voltar para São Paulo", disse Kalil.

A fábrica da vacina já funciona 24 horas e não pode ter o trabalho acelerado porque depende do processo natural de crescimento dos vírus. "No processo de produção em si já estamos trabalhando na capacidade máxima. O que conseguimos acelerar foi o envasamento e o controle de qualidade", afirmou.

Coordenador de Controle de Doenças da Secretaria Estadual da Saúde, Marcos Boulos afirmou que a entrega antecipada das vacinas vai possibilitar que os profissionais de saúde - os primeiros a serem vacinados por lidarem com doentes - já possam ser imunizados a partir de segunda-feira. A previsão inicial da pasta era de que isso ocorresse somente a partir do dia 8. "Para o restante da população a gente não consegue antecipar mais porque precisamos preparar a estrutura toda, fazer compra de seringas, agulhas. Na semana que vem, vamos finalizar, para iniciar a vacinação no dia 11." 

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