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Vacina aprovada. Desafio agora é imunizar todos os grupos de risco

Distribuição, aplicação e fabricação de mais doses da vacina são algumas das etapas que o Brasil ainda precisa enfrentar contra a covid-19

A enfermeira Mônica Calazans, 54, foi a primeira a receber a vacina contra a covid-19. (Amanda Perobelli/Reuters)

A enfermeira Mônica Calazans, 54, foi a primeira a receber a vacina contra a covid-19. (Amanda Perobelli/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 06h00.

A semana começa com a boa notícia para os brasileiros: a aprovação de uso emergencial das vacinas do Instituto Butantan/Sinovac e da Fiocruz/AstraZeneca. Mas a campanha nacional de vacinação ainda precisa de muitos passos para realmente começar e atender um grande número de pessoas, principalmente os mais vulneráveis, como profissionais da saúde, idosos e pessoas com comorbidades.

O primeiro ponto é a distribuição para todos os 5.570 municípios do Brasil. Nesta segunda-feira, 18, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, passa por São Paulo para dar o “pontapé inicial” desta etapa. 

Ele vai estar, a partir das 7 horas da manhã, ao lado de governadores no Centro de Distribuição Logística do Ministério da Saúde, para onde foram mandadas 4,6 milhões de doses da vacina do Butantan. Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), o governo federal distribui o imunizante aos estados, que têm a obrigação de distribuir aos municípios. 

Este processo é uma verdadeira operação de guerra, que vai contar com o apoio da Polícia Federal para fazer a segurança do transporte dessas vacinas. E o país é experiente no assunto. Tem um dos maiores programas de imunizações do mundo.

A previsão do Ministério da Saúde, é começar a vacinação no dia 20 de janeiro, às 10 horas, de forma simultânea em todo o país, mas o governo federal ainda não divulgou um cronograma único, como é feito em campanhas nacionais, como a da gripe.

 

Governos estaduais e municipais já estão se organizando para começar a aplicação da vacina e fazendo calendários paralelos. O estado de São Paulo inicia a campanha de vacinação contra a covid-19 a partir da segunda-feira, 18. Apenas profissionais de saúde e indígenas participam desta etapa, que terá esquema diferente a partir do dia 25 de janeiro.

O ministro da Saúde ainda precisa resolver a importação de 2 milhões de doses da vacina da Fiocruz/AstraZeneca, que já eram para estar em solo brasileiro. Na semana passada, o Ministério da Saúde preparou um avião para buscar este lote que está na Índia, mas problemas burocráticos impediram o translado. No domingo, 17, Pazuello disse que nesta semana as doses chegarão ao Brasil.

Outro desafio é fabricar vacinas em quantidade suficiente para imunizar a população brasileira. Tanto o Butantan quanto a Fiocruz têm produção nacional e metas de se tornarem referências regionais na fabricação de um imunizante contra a covid-19. Para isso, o instituto paulista precisa concluir a construção de uma fábrica, que deve terminar só em setembro, e a Fiocruz, receber a matéria-prima da vacina, que ainda depende de licença de exportação.

Ainda não há consenso na comunidade científica sobre quantas pessoas deveriam ser vacinadas para chegarmos a uma imunidade de rebanho. Há estudos que falam em 70%, outros citam 90%. De qualquer maneira, este processo não será rápido. Em todo o planeta, provavelmente vamos levar, pelo menos, o ano de 2021 neste processo de vacinação, e devemos continuar no começo de 2022.

Até lá, precisamos manter as regras recomendadas pelas autoridades de saúde: máscara, distanciamento social, e higienização constante das mãos.

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