Brasil

Vaccari deixa oficialmente o conselho da Itaipu

Tesoureiro do PT negou que seria o operador de um esquema de corrupção que envolvia desvio de recursos da Petrobras


	João Vaccari Neto: tesoureiro do PT se disse inocente das acusações de corrupção na Petrobras
 (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

João Vaccari Neto: tesoureiro do PT se disse inocente das acusações de corrupção na Petrobras (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2014 às 20h24.

Brasília - O tesoureiro do PT, José Vaccari Netto, comunicou, informalmente, na noite de quinta-feira, 30, na reunião preliminar do Conselho da Hidrelétrica de Itaipu, que vai se desligar do órgão, conforme antecipou o Estado.

Na reunião, que antecedeu o encontro oficial do Conselho, realizada ontem, em Foz do Iguaçu, Vaccari afirmou que "estava sendo injustamente acusado" e negou que seria o operador de um esquema de corrupção que envolvia desvio de recursos da Petrobras e Fundos de Pensão para o Partido dos Trabalhadores, se dizendo "inocente".

De acordo com um dos participantes da reunião, ao defender sua inocência, Vaccari explicou que, como tesoureiro, tem o papel de arrecadador de recursos para o PT e sempre fez isso, "mas não junto a Petrobras".

"Não seria adequado", afirmou ele, de acordo com este interlocutor, justificando que as arrecadações eram feitas "apenas junto a empresas privadas".

Na reunião de quinta à noite, apenas os integrantes do Conselho, do lado brasileiro, estavam presentes.

Era uma reunião preliminar, que tradicionalmente é realizada, para discutir assuntos mais delicados para obter consenso de posições do grupo a serem levadas ao encontro oficial com a presença dos paraguaios, marcado para o dia seguinte.

Neste encontro, o tesoureiro do PT fez uma explanação aos demais conselheiros de Itaipu dos motivos que o estava levando a se afastar do Conselho.

Em uma longa explicação, Vaccari disse que estava se sentindo "incomodado" porque toda hora apareciam acusações contra ele, "sem nenhum fundamento".

E, justamente por não querer continuar sendo alvo destes ataques feitos por uma pessoa que estava tentando se beneficiar de uma delação premiada e que "não merecia nenhuma credibilidade", iria apresentar ao governo, seu pedido de afastamento de Itaipu.

Ele se referia ao ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, e ao doleiro Alberto Youssef, que o denunciaram.

Vaccari informou que iria se dirigir formalmente ao governo federal pedindo para sair do Conselho, mas não precisou data. A intenção inicial do tesoureiro do PT é não mais participar das reuniões do conselho, a partir de 2015.

O pedido de afastamento não foi e não é formalmente apresentado à Itaipu.

Por isso, ele não apresentou carta de renúncia ao colegiado. Quem nomeia os conselheiros é o presidente da República e Vaccari, em sua terceira e última recondução, foi nomeado pela presidente Dilma, em maio de 2012.

Seu mandato só venceria em 16 de maio de 2016. Ele está como conselheiro de Itaipu há 11 anos e 10 meses, desde janeiro de 2003, quando foi nomeado pela primeira vez para o cargo.

Vaccari vai acertar com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que também integra o Conselho, como será a formalização de sua saída.

O tesoureiro do PT comunicou que deixaria o cargo a três dias das eleições presidenciais. Cada conselheiro de Itaipu ganha, por mês, R$ 20.804,13.

O Conselho realiza seis reuniões ordinárias por ano, de acordo com calendário aprovado na última reunião do exercício anterior. Ainda não está marcada a data da próxima reunião. Mas a expectativa é de que um novo encontro seja realizado ainda este ano.

O tesoureiro do PT não respondeu aos contatos da reportagem. Fontes da Itaipu e um dos participantes da reunião confirmaram que Vaccari comunicou informalmente a sua saída do conselho.

Além de Vaccari, integram o Conselho de Itaipu, pelo lado brasileiro, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o ex-governador do Rio Grande do Sul Alceu Collares, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiz Pinguelli Rosa, o ex-governador do Paraná Orlando Pessutti, diretor de transmissão da Eletrobrás, José Antônio Muniz Lopes.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCorrupçãoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava JatoPartidos políticosPetrobrasPetróleoPolítica no BrasilPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Enem 2024: prazo para pedir reaplicação de provas termina hoje

Qual é a multa por excesso de velocidade?

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi