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Vaccarezza nega ter se reunido com Vargas e doleiro

Deputado negou que tenha promovido reunião em seu apartamento para discutir assuntos do laboratório Labogen

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2014 às 20h22.

Brasília - Em depoimento no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) negou que tenha promovido reunião em seu apartamento, em Brasília, para discutir assuntos do laboratório Labogen com o colega André Vargas (sem partido-PR) e o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal.

Amigo pessoal de Vargas, Vaccarezza disse que o ex-petista era "réu confesso" por utilizar um jatinho patrocinado pelo doleiro e afirmou estar convencido de que Vargas não fez lobby em favor do laboratório. "Eu o defendi e não me arrependo", declarou.

Vaccarezza foi chamado para depor como testemunha no processo por quebra de decoro parlamentar contra Vargas.

Ele afirmou conhecer Youssef, disse que não sabia que ele era doleiro e refutou as escutas da PF que indicam uma reunião em seu apartamento com Vargas e o doleiro preso.

"Eu nunca na minha vida me reuni com Vargas e Youssef para tratar de Labogen, nem de política nem de negócios. O que o André Vargas me disse foi que recebeu um pedido e tinha encaminhado para o Ministério da Saúde, se não me engano. E não tenho certeza se foi o Youssef, acho que não foi", respondeu. "Tenho convicção, a não ser que fatos novos apareceram, que o André não fez lobby pra Labogen. Se tivesse feito não contaria com a minha defesa", emendou.

Na oitiva, Vaccarezza disse que o ex-petista cometeu "um erro gravíssimo" ao aceitar o jatinho de Youssef para viajar com a família.

O deputado, no entanto, reclamou da exposição do colega e disse que Vargas não pode ser julgado pelos possíveis crimes cometidos por Youssef.

Vaccarezza também lamentou que o escândalo tenha vindo à tona em período eleitoral e criticou o uso político do episódio. "É duro isso".

A defesa de Vargas, liderada pelos advogados Michel Saliba e José Roberto Batocchio, reclamou de "cerceamento" do direito de Vargas se defender e insinuou que o processo pode ser judicializado.

"Se isso acontecer será uma atitude protelatória", avaliou o relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Nesta tarde, o Conselho de Ética recebeu cópia do inquérito da PF com 4 mil páginas e os advogados reclamaram que não houve acesso aos dados do relatório cedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Depoimento

O depoimento de Youssef, marcado inicialmente para esta quarta-feira, 2, foi cancelado. Embora seja arrolado como testemunha do relator e do ex-petista, o doleiro preso avisou que ficaria em silêncio durante a oitiva.

"O juiz (Sérgio Moro) disse que não tinha condições de autorizar uma logística (de videoconferência) para ele não falar nada", explicou Delgado.

O colegiado voltará a se reunir nesta quarta para ouvir dos depoimentos dos empresários da Labogen Leonardo Meirelles e Esdras Ferreira, de defesa.

Como o Conselho de Ética não tem poder de convocação, as testemunhas não são obrigadas à atender ao convite do colegiado.

O relator do processo contra Vargas, que trabalhava com a ideia de votar o relatório antes do início do recesso parlamentar (18 de julho), já admite a possibilidade de votar o relatório só em agosto.

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