Brasil

USP terá curso de Engenharia Nuclear em Iperó

As salas de aulas, os laboratórios e os alojamentos para alunos serão construídos ao lado do Centro Experimental Aramar, da Marinha, a 115 km de São Paulo

O curso de graduação da USP será o segundo do gênero em universidade pública brasileira. O primeiro já funciona na Universidade Federal do Rio de Janeiro (EXAME.com)

O curso de graduação da USP será o segundo do gênero em universidade pública brasileira. O primeiro já funciona na Universidade Federal do Rio de Janeiro (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2011 às 13h25.

Sorocaba, SP - A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) iniciou o processo para criar seu primeiro curso de graduação em Engenharia Nuclear. A expectativa é dar início às aulas em março de 2013. O câmpus, com salas de aulas, laboratórios e alojamentos para alunos, será construído ao lado do Centro Experimental Aramar, núcleo de pesquisas da Marinha, em Iperó, a 115 km de São Paulo. A Marinha já desenvolve ali etapas Programa Nuclear Brasileiro, inclusive o sistema de propulsão do submarino atômico nacional. No local também será construído pelo Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen) o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) para a produção de radioisótopos empregados na área médica.

De acordo com o professor José Roberto Castilho Piqueira, vice-diretor da Poli-USP, a Marinha iniciou a demarcação de terreno, ao lado de Aramar, para a universidade criar uma unidade para ensino e pesquisa nas áreas de Engenharia Nuclear, de Materiais e de Computação. "Provavelmente, até o fim do ano o termo de cessão de uso do terreno da Marinha para a USP deverá ser assinado", disse Piqueira.

Urânio. O curso de graduação da USP será o segundo do gênero em universidade pública brasileira. O primeiro já funciona na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a turma pioneira ingressou em 2010. "Nossa estrutura curricular não será voltada somente à construção de plantas de geração, mas também ao processamento de materiais, área de grande futuro para o País, considerando nossa riqueza em urânio. Além disso, as aplicações médicas e a produção de fármacos não serão esquecidas", disse Piqueira.

A aplicação da energia nuclear, estigmatizada pelo uso bélico, é mais corriqueira do que se imagina, tanto na área médica como na geração de energia elétrica, além da agricultura e do meio ambiente. A central nuclear de Angra dos Reis (RJ), por exemplo, responde por grande parte da energia consumida no Rio. Com a retomada do programa nuclear brasileiro, a expectativa é de que aumente a procura por mão de obra especializada. Além do desenvolvimento do submarino nuclear, o programa prevê a construção de Angra 3, a terceira usina termonuclear brasileira. Na falta desse profissional, têm sido requisitados pelo setor engenheiros formados em Física e outras áreas da engenharia.

O Ipen vai precisar de mão de obra para o projeto do RMB. O objetivo principal do reator será suprir a área de saúde de elementos como o molibdênio, usado no diagnóstico do câncer e de doenças cardíacas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:EnergiaEnergia nuclearEngenhariaEngenheirosEnsino superiorFaculdades e universidadesInfraestruturaUSP

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP