Brasil

USP diz ter recebido R$230 mi a menos que o previsto em 2015

O motivo da diferença é a baixa arrecadação paulista do ICMS. A principal fonte de receita da USP, em crise financeira desde 2013, é uma parcela desse tributo


	USP: O motivo da diferença é a baixa arrecadação paulista do ICMS. A principal fonte de receita da USP, em crise financeira desde 2013, é uma parcela desse tributo
 (George Campos / USP Imagens)

USP: O motivo da diferença é a baixa arrecadação paulista do ICMS. A principal fonte de receita da USP, em crise financeira desde 2013, é uma parcela desse tributo (George Campos / USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2015 às 08h53.

São Paulo - De janeiro a setembro, a Universidade de São Paulo (USP) recebeu R$ 230 milhões a menos do que o previsto no orçamento do Estado deste ano.

O motivo da diferença é a baixa arrecadação paulista do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A principal fonte de receita da USP, em crise financeira desde 2013, é uma parcela desse tributo.

Nos nove primeiros meses do ano, o repasse do tesouro estadual foi de R$ 3,462 bilhões. Os dados foram apresentados ontem no Conselho Universitário, órgão mais importante da USP.

Em valores corrigidos pela inflação, a arrecadação de ICMS no Estado caiu 3,34% entre janeiro e agosto. Apesar da queda das receitas, a projeção de déficit final da universidade para 2015 permanece a mesma prevista no orçamento: R$ 988 milhões.

A verba além dos repasses é retirada, principalmente, das reservas bancárias da instituição.

O rombo financeiro deste ano só não é maior porque a reitoria desligou cerca de 1,4 mil funcionários - 8,2% do total - em um plano de demissão voluntária para cortar gastos com salários.

Apesar disso, o comprometimento dos repasses do Estado com a folha de pagamento ainda é de 103%. No segundo semestre, a universidade também congelou 20% dos gastos de custeio e investimentos previstos, o que significa economia de R$ 114 milhões.

Para o ano que vem, as perspectivas também não são boas. O reitor, Marco Antonio Zago, disse que novas ações de economia ainda não estão decididas. "Não resolve adiantar a tragédia", afirma.

Negócios

Com recursos escassos, a USP ainda tem problemas para se desfazer de um patrimônio que consome cerca de R$ 264 mil por ano: o navio Prof. W Bernard. Construído na década de 1960, foi estrela da oceanografia brasileira. Mas está desativado no Porto de Santos desde 2008.

O governo uruguaio se interessou pelo navio e a USP aprovou a doação em dezembro do ano passado. As autoridades do país vizinho, porém, não rebocaram a embarcação e desistiram do negócio. Sem alternativas, a universidade deve transformar o navio em sucata.

Outra negociação frustrada foi a venda de dois imóveis da USP para arrecadar verba - um na Avenida da Consolação, no centro, e um conjunto de escritórios no Centro Empresarial São Paulo, em Santo Amaro, na zona sul. Para aumentar as chances no mercado imobiliário, a universidade decidiu reduzir o preço dos imóveis.

Antes avaliados em 50,5 milhões, agora poderão ser comprados por 40,5 milhões. Os imóveis foram comprados na gestão passada, do reitor João Grandino Rodas, sob a justificativa de abrigar setores administrativos da USP.

Acompanhe tudo sobre:EducaçãoEnsino superiorFaculdades e universidadesICMSImpostosUSP

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU