Protesto: ontem, o protesto dos alunos foi reprimido com o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo (Rovena Rosa / Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2015 às 08h24.
Uma manifestação organizada por estudantes da Universidade de São Paulo (USP) bloqueia o cruzamento da Avenida Vital Brasil e Rua do Alvarenga, na zona oeste da capital paulista.
O grupo, de aproximadamente 100 pessoas, protesta contra a reorganização escolar promovida no ensino básico estadual, que levará ao fechamento de 93 escolas.
A Polícia Militar, que acompanha a manifestação, tentou negociar a liberação de uma faixa para o trânsito, mas os estudantes recusaram e seguiram com o protesto.
Flávia Toledo, estudante da USP e diretora do Centro Acadêmico de Letras, explica que os universitários devem se unir aos secundaristas de escolas próximas.
“Tomando como base o dia de ontem (3), que foi um massacre da Polícia Militar, diversos estudantes foram reprimidos. Então, a gente vai se articular com os atos nas outras escolas”, diz a aluna.
Ontem, o protesto dos alunos foi reprimido com o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
Flávia conta que os estudantes de licenciatura da USP estão preocupados com o futuro profissional.
“Diversos estudantes da letras querem ser professores da rede estadual, então defender a educação, que é um princípio básico, é também defender os nossos empregos. Há também o fato de que a universidade está sendo desmontada pelo governo estadual. O projeto de reorganização escolar é o mesmo de reestruturação da universidade, o que, na verdade, é a mesma precarização da educação”.
O Ministério Público do Estado de São Paulo entrou com pedido de suspensão da reorganização escolar. Segundo o MP, a Justiça deverá se manifestar em até 72 horas sobre a ação.
Para o MP, o governo do estado não respeitou os princípios da legalidade e da publicidade na administração pública.
“Repentinamente, vem uma decisão ao final do ano que aqueles alunos vão para outro lugar, para outra escola, em uma organização, isso traz surpresa, não houve transparência”, disse nessa quinta-feira o promotor Eduardo Dias Ferreira, um dos autores da ação, à Agência Brasil.