A predominância é de pessoas católicas, com 45% do total em 2022. (Maciej Luczniewski/Getty Images)
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Publicado em 5 de novembro de 2025 às 10h00.
O número de uniões homoafetivas no Brasil cresceu 727,6% entre 2010 e 2022, segundo dados do Censo Demográfico divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira, 5.
O novo levantamento aponta que as uniões entre pessoas do mesmo sexo saltaram de 58 mil para 480 mil registros.
Apesar desse crescimento expressivo, essas uniões ainda representam menos de 1% do total de unidades domésticas no Brasil — sendo que, em 2010, eram 0,1%, passando para 0,7% em 2022.
A união consensual, quando o casal mora junto sem formalizar a relação, é o tipo predominante entre os casais do mesmo sexo. Em 2022, 77,6% das uniões homoafetivas eram consensuais, ou seja, não formalizadas em cartório ou igreja.
Dos casamentos registrados, a formalização apenas no civil é predominante:
De acordo com o novo levantamento, as mulheres formam a maior parte das pessoas em uniões do mesmo sexo. Em 2022, elas eram 58,2% desse grupo, enquanto os homens correspondiam a 41,8%.
Vale destacar que, de 2010 para 2022, houve um crescimento da participação feminina. Há 15 anos, os percentuais eram de 53,8% para mulheres e 46,2% para homens.
O nível de instrução das pessoas em uniões homoafetivas também apresentou um crescimento significativo no período.
Em 2022, 31% declararam ter nível superior completo, ante 25,8% registrados em 2010.
Ainda no recorte da educação, o grupo que mais tem participação está no nível "médio completo e superior incompleto", com 42,6%.
Dessa forma, o perfil educacional do maior grupo das uniões homoafetivas está acima da média nacional.
Separando por religião, o levantamento mais recente mostra que a predominância é de pessoas católicas, com 45% do total em 2022. Apesar disso, vale destacar que houve uma leve queda em relação a 2010, quando 47,4% se declaravam católicas.
Paralelamente, também cresceu o percentual de pessoas sem religião, que passou de 20,4% em 2010 para 21,9% em 2022.
Em termos de região, o Sudeste concentra a maior parte dessas uniões, com 48,1% dos casais do mesmo sexo em 2022, embora essa participação tenha caído em relação a 2010, quando era 52,6%.