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Unesp amplia prazo para 50% de alunos da rede pública

Instituição é a única entre as três estaduais de São Paulo a garantir o atendimento das metas a partir da lista de classificação do vestibular


	Sala de aula: Unesp quer que até 2018 50% dos alunos de cada curso sejam oriundos de escola pública
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Sala de aula: Unesp quer que até 2018 50% dos alunos de cada curso sejam oriundos de escola pública (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2013 às 22h38.

São Paulo - A Universidade Estadual Paulista (Unesp) ampliou para 2018 a meta de ter 50% dos alunos de cada curso oriundos de escola pública, respeitando porcentual de 35% pretos, pardos e indígenas entre os cotistas. Apesar disso, a instituição é a única entre as três estaduais de São Paulo a garantir o atendimento das metas a partir da lista de classificação do vestibular.

A Universidade de São Paulo (USP) e a Estadual de Campinas (Unicamp) ampliaram o sistema de bonificação como forma de aumentar a inclusão. Caso os bônus não garantam o porcentual de alunos esperado, não há compromisso das duas instituições em "correr a lista" para atender as metas. Defensores do sistema de cotas dizem que aumentar a bonificação pode não surtir efeitos em todos os cursos, principalmente nos mais concorridos.

A decisão da Unesp em estipular metas de inclusão foi tomada em abril. Naquele momento, o prazo para ter 50% dos alunos vindos de escolas públicas foi estipulado para 2016 e não ficava claro como a universidade iria cumprir.

Entretanto, reunião do Conselho Universitário da última quinta-feira, 15, alterou os prazos para inclusão em relação ao que havia sido definido e resolveu que o preenchimento das vagas seguirá a ordem de classificação do vestibular. Agora, as metas deverão ser atendidas ao longo dos próximos cinco anos da seguinte forma: 15% (2014), 25% (2015), 35% (2016), 45% (2017) e 50% (2018).

Desses porcentuais, 35% deverão ser de pretos, pardos e indígenas, conforme a proporção censitária registrada no Estado de São Paulo. O Conselho Universitário vai reavaliar ano a ano o sistema de inclusão para possíveis ajustes. A Unesp não adota bonificação no vestibular.

O debate de cotas em São Paulo esquentou depois que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) exigiu que os reitores criassem uma proposta, que veio a ser o Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp). O programa, que tinha como principal medida a criação de um college semipresencial por onde parte dos cotistas passariam, foi abandonado pelas três estaduais.

A Unicamp confirmou alterações da sua política de bônus para alunos de escolas públicas nesta segunda-feira, 19. O Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (Paais) vai dar 60 pontos extras (eram 30) na segunda fase para alunos que cursaram todo ensino médio na rede pública. Os oriundos de escolas públicas que se autodeclararem negros, pardos e índios terão, além dos 60 pontos, mais 20 pontos (eram 10) - totalizando 80.

Na USP, o Conselho Universitário aprovou em julho a criação de um bônus de 5% no vestibular para candidatos de escolas públicas que se declararem pretos, pardos ou indígenas. Aluno com esse perfil poderá ter um bônus de até 25% na nota. Sem o critério racial, o bônus para a escola pública será de até 20% - o acréscimo máximo era de 15% na nota até este ano. A USP traça uma meta até 2018 para ter 50% de alunos de escolas públicas em seus cursos, mas não se compromete a de fato atendê-la, caso a bonificação seja insuficiente.

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