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"Uma delação qualquer" não pode paralisar o país, diz Temer

Citado nas delações da Odebrecht, o presidente declarou que é necessário mostrar ao povo que o Brasil "está trabalhando"

Michel Temer: o presidente disse não estar preocupado com a perda de foro no STF quando terminar seu mandado (Adriano Machado/Reuters)

Michel Temer: o presidente disse não estar preocupado com a perda de foro no STF quando terminar seu mandado (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de abril de 2017 às 21h54.

O presidente Michel Temer voltou a negar nesta segunda-feira envolvimento em qualquer negociação escusa relacionada a doações ao PMDB, dias depois de ser citado em duas das dezenas de delações de executivos da Odebrecht, e disse que "uma delação qualquer" não pode paralisar o país.

"Nós precisamos mostrar ao povo brasileiro que o Brasil está trabalhando, por isso estou dando essas entrevistas ... não vamos deixar que uma delação qualquer paralise o país", disse o presidente em entrevista ao SBT.

Na semana passada, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de 76 inquéritos contra cerca de 100 políticos, a maioria com prerrogativa de foro no STF, com base em 77 delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht.

Temer disse não estar preocupado com a perda de foro no STF quando terminar seu mandado, para o caso de vir a ser investigado depois de deixar a Presidência.

O presidente também procurou minimizar o impacto de uma eventual delação do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Não estou preocupado com o que ele venha fazer", disse Temer.

"Espero que ele seja muito feliz, espero que ele se justifique em relação a todos eventuais problemas que tenha tido", acrescentou o presidente, ressaltando que Cunha foi um deputado muito atuante e eficiente no exercício do mandato.

Sobre a possibilidade de uma Constituinte, Temer defendeu a atual Carta Maior do país, argumentando que ela é uma das razões para o sucesso da Lava Jato.

Concordou, porém, com a necessidade de uma reforma política.

"Eu não sei se a Constituição fosse outra se nós teríamos a hipótese da Lava Jato. A Lava Jato está agindo com toda tranquilidade, portanto com as instituições funcionando, exata e precisamente em função desta Constituição, o país está funcionando por causa disso", disse o presidente.

"Os que pregam a necessidade de uma Constituinte, no fundo estão pregando a necessidade da modificação dos costumes políticos e eleitorais, o que não envolve uma nova Constituição... envolve, isso sim, a necessidade de uma reformulação política, uma reforma política no país, e isso será feito", acrescentou.

Na entrevista, Temer indicou que o tempo mínimo de contribuição para as mulheres na reforma da Previdência pode ser menor que o dos homens.

A informação sobre o tempo menor de contribuição para as mulheres já havia sido divulgada pela Reuters, com base em informações de uma fonte do Palácio do Planalto.

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