Brasil

Um novo voo para integrar venezuelanos à sociedade brasileira

ÀS SETE - Nesta manhã, um avião com 236 dos imigrantes sai de Boa Vista, capital de Roraima, com destino a Manaus, no Amazonas, e São Paulo capital

Venezuelanos: na onda de imigração para o Brasil, em torno de 40.000 imigrantes cruzaram a fronteira (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Venezuelanos: na onda de imigração para o Brasil, em torno de 40.000 imigrantes cruzaram a fronteira (Antônio Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2018 às 07h13.

Última atualização em 4 de maio de 2018 às 07h20.

O governo federal promove nesta sexta-feira a segunda etapa do processo de "interiorização" de venezuelanos que vieram ao Brasil, fugindo da crise em sua terra natal.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:

Um voo com 236 dos imigrantes sai nesta manhã de Boa Vista, capital de Roraima, com destino a Manaus, no Amazonas, e São Paulo capital. A ação é conduzida pelo Exército Brasileiro em parceria com a Organização das Nações Unidas, a ONU.

Há cerca de um mês, uma primeira leva de 279 venezuelanos foi enviada São Paulo e Cuiabá, no Mato Grosso, para a primeira etapa do processo. As famílias que mudaram de cidade foram removidas de forma voluntária, com objetivo de desafogar os serviços públicos de Roraima.

Na onda de imigração para o Brasil, em torno de 40.000 imigrantes cruzaram a fronteira, segundo as estimativas oficiais.

O estado de Roraima é principal destino dos mais de 800 venezuelanos que fogem por dia do regime de Nicolás Maduro no mês passado, causando caos de moradia e serviços de saúde no estado. As levas de interiorização, portanto, ainda são pequenas para o gerenciamento de crise.

Paralelamente, nesta quinta-feira, o Comitê Federal de Assistência Emergencial, criado pelo governo em fevereiro, ganhou duas comissões para organizar a recepção dos venezuelanos.

O Ministério da Segurança Pública comanda uma deles, responsável pelo cadastramento dos refugiados. A segunda, coordenada por Saúde e Defesa, fará o controle de epidemias e gerencia os postos de atendimento.

A medida trouxe polêmica. "É um contrassenso se você entende a questão da imigração como uma questão de direitos e não de ameaça à segurança nacional", disse ao jornal Folha de S. Paulo a coordenadora da ONG Conectas Camila Asano.

Como mostrou reportagem de EXAME com os venezuelanos que já estão em São Paulo, apesar do esforço do governo para que os imigrantes consigam a documentação básica que permita sua integração à sociedade, faltam políticas públicas de inserção. Faltam vistos permanentes e, na outra ponta, vagas de emprego.

Um número crescente de empresas tem oferecido vagas a refugiados, como mostra outra reportagem de EXAME. São iniciativas bem-vindas, mas, infelizmente, ainda isoladas.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame HojeImigraçãoVenezuela

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar