Brasil

Um dia D para a Lava-Jato

A operação Lava-Jato deu dois passos decisivos nesta quinta-feira. Pela manhã, o juiz federal Sergio Moro condenou o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas. O processo se refere ao pagamento de propina milionária que […]

EDUARDO CUNHA: EDUARDO CUNHA: o ex-deputado foi condenado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas / Yasuyoshi Chiba / Getty Images

EDUARDO CUNHA: EDUARDO CUNHA: o ex-deputado foi condenado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas / Yasuyoshi Chiba / Getty Images

DR

Da Redação

Publicado em 30 de março de 2017 às 18h39.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h02.

A operação Lava-Jato deu dois passos decisivos nesta quinta-feira. Pela manhã, o juiz federal Sergio Moro condenou o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas. O processo se refere ao pagamento de propina milionária que envolveu a compra do campo petrolífero de Benin, na África, pela Petrobras, em 2011.

Cunha é o nono político condenado por Moro na Lava-Jato. Na decisão, o juiz escreveu que “a responsabilidade de um parlamentar federal é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes”. O processo contra o ex-parlamentar está nas mãos do juiz desde setembro do ano passado, quando foi encaminhado para primeira instância depois que Cunha foi cassado. Ele está preso desde outubro. A defesa disse ter ficado surpreendida com a velocidade do julgamento de Moro.

Durante a tarde, o Ministério Público Federal (MPF) convocou uma coletiva de imprensa para anunciar que havia entrado com uma ação civil pública por atos de improbidade administrativa contra o Partido Progressista (PP). Esta é a primeira vez que é atribuído a um partido político delitos cometidos e investigados pela Lava-Jato.

Pela mesma infração, o MPF também pede a responsabilização de dez políticos filiados ao PP: seis deputados, quatro ex-deputados e um ex-assessor, que podem ser punidos com suspensão de direitos políticos por 10 anos, proibição de contratar com o setor público, entre outras sanções administrativas. A ação foi impetrada no último dia 22, mas só foi divulgada nesta quinta-feira.

No processo, o MPF solicita à Justiça que obrigue os alvos a ressarcirem os cofres públicos em pelo menos 2,3 bilhões de reais — 1,38 bilhões de multa civil; 460,6 milhões de reais de indenização referente à propina paga no esquema de corrupção da Petrobras; e um valor “não inferior” a 460,6 milhões por danos morais coletivos.

Segundo as investigações, a sigla recebia um porcentual dos contratos firmados com a diretoria de Abastecimento da estatal, que era comandada por Paulo Roberto Costa, o delator número 1 da Lava-Jato. O passo é importante por indicar que novas ações contra partidos podem surgir no decorrer da investigação.

Acompanhe tudo sobre:Exame Hoje

Mais de Brasil

Câmara aprova projeto de lei que dificulta aborto legal em crianças

Após megaoperação, Moraes abre inquérito sobre crime organizado no Rio

PEC que flexibiliza privatização da Copasa é aprovada na Assembleia de Minas

Câmara aprova urgência de projeto que dificulta aborto legal em crianças