As vaias à presidente Dilma começaram quando os prefeitos perceberam que a presidente encerraria seu discurso ontem sem citar a questão do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2013 às 17h02.
Brasília - Um dia após anunciar R$ 3 bilhões a municípios e mesmo assim ser vaiada durante evento em Brasília, a presidente Dilma Rousseff se reuniu nesta quinta-feira pela manhã com prefeitos no Palácio do Planalto para tentar uma reaproximação.
Ao distensionar a relação com as prefeituras, Dilma busca angariar apoio e melhorar a articulação política do seu governo, em um momento em que é confrontada com perda de popularidade, baixo crescimento econômico e protestos nas ruas.
De acordo com o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, a presidente prometeu fazer reuniões esporádicas com representantes de prefeitos, de três a quatro vezes por ano. Nesta quarta-feira, 10, Dilma anunciou um pacote que inclui o pagamento de R$ 3 bilhões em duas parcelas para aliviar as dificuldades dos municípios em despesas de custeio. A presidente também prometeu repasse de R$ 5,5 bilhões para a construção de unidades de pronto atendimento e postos de saúde.
"Essa relação que se estabelece agora vai distensionar, vai flexibilizar e isso vai permitir que os próprios prefeitos e municípios tenham uma concepção e encaminhamento melhor. Não vamos ter ilusão de que vamos resolver tudo em um ano ou dois, vamos tentar encaminhar questões objetivas", disse Ziulkoski a jornalistas, que acredita em "aprofundar a parceria com o governo federal".
Para a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, a reunião serviu para reafirmar o compromisso da presidente Dilma em "ir ao encontro das necessidades da população brasileira". A audiência com Ziulkoski e prefeitos durou uma hora e meia.
"As necessidades da população brasileira são na maioria atendidas através dos municípios, das prefeituras. (Queremos) Dar continuidade, estreitando essa relação entre governo federal e governos municipais, manter uma relação e uma negociação permanente, até porque é impossível resolver tudo ao mesmo tempo", disse Ideli.
Vaias
As vaias à presidente Dilma começaram quando os prefeitos perceberam que a presidente encerraria seu discurso ontem sem citar a questão do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Dilma chegou a afirmar que "não tem milagre" na administração pública.
Questionado por jornalistas se haveria a audiência com a Dilma, mesmo sem as vaias de quarta-feira, Ziulkoski respondeu que "sim". "Já havia (a intenção de) rearticular essa relação federativa inclusive com a presença da presidenta", disse.