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UFRJ vai substituir vestibular pelo Sisu

Alunos agora serão selecionados a partir das notas alcançadas no Enem

Universidade Federal do Rio de Janeiro: vagas para estudantes com até um salário mínimo de renda per capita aumentaram de 20% para 30% (Wikimedia Commons)

Universidade Federal do Rio de Janeiro: vagas para estudantes com até um salário mínimo de renda per capita aumentaram de 20% para 30% (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2011 às 17h49.

Rio de Janeiro – A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) não terá mais vestibular para ingresso na instituição. Os alunos serão selecionados a partir de agora com base nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Por um placar folgado, a medida foi aprovada hoje (30) pelo Conselho Universitário (Consuni). Os representantes dos estudantes foram contra.

A medida foi tomada numa tentativa de facilitar o acesso à universidade e acabar com o vestibular. Por isso, o conselho também estabeleceu que subirá de 20% para 30% o percentual de vagas em cada curso destinado a estudantes com renda per capita de um salário mínimo e que tenham feito o ensino médio em escolas públicas. O critério de cotas raciais foi, mais uma vez, reprovado.

"Adotando o Sisu [Sistema de Seleção Unificada], as universidades públicas podem funcionar em sistema, inclusive participando da elaboração e da aplicação do Enem", disse o reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, autor da proposta. Com a mudança, ele acredita que será mais fácil negociar em bloco com o governo federal.

Para Marcelo Paixão, representante do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas no Consuni, o aumento do percentual foi um ganho. Segundo ele, as cotas com critério de renda são a única forma de assegurar a entrada de estudantes menos favorecidos na universidade. "É evidente que o sistema [de ingresso] é elitista, seja pelo vestibular tradicional, ou pelo Sisu."

O Diretório Central do Estudantes (DCE) Mário Prata foi contra a adesão ao Sisu e explicou que, no novo sistema, continuarão predominando estudantes de escolas particulares. "O fim do vestibular não significa o fim das desigualdades", disse Júlio Anselmo, representante do DCE. Para ele, o Sisu continua favorecendo alunos que conseguiram pagar por um ensino melhor ou um curso preparatório para alcançar uma boa nota no sistema.

Dados recentes da UFRJ mostram que, mesmo com a ação afirmativa, no primeiro semestre deste ano, 61,34% dos 4,8 mil estudantes aprovados eram oriundos de escolas particulares. Em seguida, estavam os que cursaram o ensino médio na rede federal (20,7%).

De acordo com o Ministério da Educação, 83 universidades públicas aderiram ao Sisu como processo de seleção para o primeiro semestre deste ano. Para 2012, 48 instituições confirmaram a participação.

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