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UFPR recebe R$ 18 mi para criar vacina de baixo custo contra a covid-19

Dinheiro foi destinado pelo Tribunal de Contas do Paraná que conseguiu economizar despesas ao longo do ano

Vacinação contra o Covid-19 em São Paulo. (Eduardo Frazão/Exame)

Vacinação contra o Covid-19 em São Paulo. (Eduardo Frazão/Exame)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 14 de julho de 2021 às 12h06.

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) vai receber 18 milhões de reais para acelerar o desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19 de baixo custo. O valor foi anunciado nesta semana e é uma parceria entre o governo do Paraná e o Tribunal de Contas do Estado, que conseguiu economizar o dinheiro e vai devolvê-lo aos cofres do Tesouro Estadual.

De acordo com o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, os estudos estão na fase pré-clínica, quando os testes são feitos em animais, e o dinheiro vai ajudar a concluir esta etapa e avançar para a fase de testes em humanos. A expectativa é de que o imunizante esteja pronto e disponível ao Ministério da Saúde em 2022.

O valor total do desenvolvimento é estimado em 50 milhões de reais. A instituição já arrecadou 1,3 milhão, entre doações de pessoas, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), recursos próprios da UFPR e do governo do Paraná.

“Esse recurso vai viabilizar, dentro da universidade, a estipulação de alguns laboratórios que tenham capacidade técnica de desenvolver os imunizantes. É uma etapa fundamental desse processo, que é tão sensível e regrado, e também muito custoso”, explicou o reitor. “A vacina tem potencial para imunizar contra a covid, que é a grande emergência atual, mas também há a possibilidade de a tecnologia ser usada no combate a outras doenças a médio e longo prazo”.

Vacina de baixo custo

A tecnologia utilizada é inovadora e envolve a produção de partículas de um polímero biodegradável, revestidas com partes específicas da proteína Spike, que é responsável pela entrada do SARS-Cov 2 nas nossas células. Neste processo, não é necessário o uso do coronavírus inteiro.

De acordo com o professor Emanuel Maltempi de Souza, que conduz o estudo, essa tecnologia induz o organismo a criar uma proteção contra o coronavírus. “O corpo tende a reconhecer a partícula, desmontá-la, pegar as partes que são sensíveis e fazer anticorpos contra elas. Por isso, é importante que estejam nesse formato”, diz.

A produção e insumos são desenvolvidos 100% em território nacional. Por conta disso, o custo da vacina é mais baixo. A estimativa é de que cada dose fique entre 5 e 10 reais. Outra parte do estudo analisa a possibilidade de transportar o imunizante em pó, o que facilitaria o armazenamento e logística.

Os testes iniciais, em camundongos, mostraram que após duas doses a eficácia é superior à vacina da AstraZeneca, que é de 79%. Outra frente trabalha com a replicação da técnica para criar vacinas contra a dengue, zika vírus, leishmaniose e chikungunya.

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