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Jornais oficiais da Guiné silenciam sobre carnaval no Rio

Veículos internacionais indicaram como a escola de samba teria sido financiada pelo ditador Teodoro Obiang


	Desfile da Beija-Flor no carnaval 2015 do Rio: a direção da escola e o embaixador da Guiné negaram o financiamento
 (Ricardo Moraes/Reuters)

Desfile da Beija-Flor no carnaval 2015 do Rio: a direção da escola e o embaixador da Guiné negaram o financiamento (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2015 às 08h08.

Genebra - A vitória da Beija-Flor no carnaval do Rio de Janeiro com um tema polêmico em homenagem à Guiné Equatorial repercutiu pelo mundo. Menos na imprensa do país africano.

Jornais e meios de comunicação como a BBC, The Wall Street Journal e outros europeus indicaram como a escola de samba teria sido financiada pelo ditador Teodoro Obiang, algo negado pela direção da Beija-Flor e pelo embaixador da Guiné.

Segundo a imprensa estrangeira, a escolha do enredo foi atacada por defensores de direitos humanos e criou uma saia-justa para a escola.

Na rede BBC, a manchete dava o tom: "Beija-Flor vence carnaval apesar de ligação com Obiang". Segundo a entidade, a Anistia Internacional atacou a decisão e pediu transparência no financiamento dos desfiles.

Mas, em Malabo, capital da Guiné, nenhuma referência foi feita sobre a vitória da Beija-Flor na imprensa estatal desta quinta-feira, 19.

Na Asonga, agência oficial do governo e praticamente o único meio de comunicação do país, o leitor não encontra nenhuma referência ao fato de o carnaval do Rio ter homenageado o país.

Na televisão nacional, o programa da manhã falou do tempo, pediu uma oração a todos no país e trouxe outras reportagens como doenças.

Mas nenhuma referência ao fato de o vice-presidente do país, Teodorin Obiang, ter visitado o Rio de Janeiro e se hospedado em um dos hotéis mais caros do Brasil, o Copacabana Palace, na zona sul da capital fluminense. Na Gaceta de Guine Ecuatorial, apenas uma reportagem sobre o Ebola.

Exílio

As únicas referências foram citadas em jornais da oposição e que precisam registrar seus sites fora da Guiné, como na Espanha.

No Diario Rombe, reportagens mostram como a comitiva da Guiné viveu no luxo no Brasil, enquanto a população passa fome.

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