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Túnel Santos-Guarujá: Acciona e Mota Engil apresentam proposta para leilão

Com investimento estimado em R$ 6 bilhões, o projeto será realizado por meio de uma parceria público-privada (PPP), com concessão de 30 anos para construção, operação e manutenção

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 1 de setembro de 2025 às 10h30.

O leilão do primeiro túnel imerso do Brasil, que ficará entre os municípios de Santos e Guarujá, recebeu duas propostas, segundo apurou a EXAME.

Segundo pessoas envolvidas no processo, a espanhola Acciona e a portuguesa Mota Engil vão participar do certame na próxima sexta-feira, 5.

A participação de empresas estrangeiras é uma das exigências do edital, uma vez que é necessário experiência prévia na construção, ou participação em projetos similares.

Com investimento estimado em R$ 6 bilhões, o projeto será realizado por meio de uma parceria público-privada (PPP), com concessão de 30 anos para construção, operação e manutenção. A obra, a maior do Novo PAC, é uma parceria entre o estado de São Paulo e o governo federal.

A estrutura terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros sob o canal portuário, ligando Santos e Guarujá. A estrutura contará com três faixas por sentido, sendo uma delas reservada ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), passagem para pedestres e ciclistas e galeria de serviços.

A gestão estadual espera que 9 mil empregos diretos e indiretos sejam gerados com a construção. Além do impacto no emprego, a previsão é que o túnel imerso reduza a travessia entre Santos e Guarujá de até 1 hora para até 5 minutos.

Como vai ser o túnel Santos-Guarujá?

Segundo o projeto, o túnel de 870 metros de extensão deve levar três anos para ser construído, com expectativa de conclusão no final de 2028. Com 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos, o projeto contará com três faixas por sentido, uma delas exclusiva para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de passagens para pedestres e ciclistas.

Diferente dos túneis escavados – como os usados no metrô – o túnel imerso será formado por módulos de concreto pré-moldados, construídos em uma doca seca.

Esses módulos serão então transportados por flutuação até o local, onde serão submersos com precisão, encaixados no leito do canal e ancorados com camadas de lastro.

Também integra o portfólio a concessão das travessias litorâneas e fluviais, que prevê a operação, modernização e gestão de 14 linhas aquaviárias por 20 anos. O edital está previsto para o primeiro semestre de 2025 e a estimativa é de R$ 1 bilhão em investimentos, com manutenção da política tarifária atual, gratuidades preservadas e aquisição de 48 embarcações, incluindo modelos elétricos, que ampliarão a eficiência e a sustentabilidade do sistema.

A ligação Santos-Guarujá é esperada por toda comunidade da região portuária e população do entorno, com perspectiva para melhorar o fluxo de pedestres que transitam entre as duas cidades, além de permitir mais segurança às embarcações que escalam o Porto de Santos para realizar operações.

Segundo o Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, há planos para a construção de uma ligação seca entre as duas cidades ao menos desde 1927, quando se cogitava a escavação de um túnel para a passagem de um bonde elétrico. Em 1948, a proposta era fazer uma ponte levadiça no local. Já em 1970, a alternativa discutida previa uma ponte com acesso helicoidal, que permitia a passagem de navios.

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