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Túmulo de Prestes Maia é furtado na capital paulista

Neste ano, a Guarda Civil Metropolitana, que faz a segurança dos espaços, já atendeu ao menos 42 ocorrências do tipo

Cemitério São Paulo: peças de bronze do túmulo do ex-prefeito de São Paulo Francisco Prestes Maia foram furtadas na noite de sexta-feira (Dornicke/Wikimedia Commons)

Cemitério São Paulo: peças de bronze do túmulo do ex-prefeito de São Paulo Francisco Prestes Maia foram furtadas na noite de sexta-feira (Dornicke/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de junho de 2018 às 11h39.

São Paulo - Peças de bronze do túmulo do ex-prefeito de São Paulo Francisco Prestes Maia foram furtadas na noite de sexta-feira, 22, do Cemitério São Paulo, na Consolação, região central de São Paulo. Neste ano, a Guarda Civil Metropolitana, que faz a segurança dos espaços, já atendeu ao menos 42 ocorrências do tipo.

Quem avisou os familiares do ex-prefeito que os objetos haviam sido furtados foi um funcionário particular, pago por eles, para cuidar do túmulo. Segundo a Prefeitura, a administração do cemitério notou o sumiço de cinco peças no dia seguinte. A gestão informou que registrará um boletim de ocorrência e orientou que a família de Prestes Maia faça o mesmo.

"E não foi só no túmulo dele que teve furto", disse um funcionário do local, que pediu para não ser identificado, apontado para outros quatro. "Isso é diário, não tem controle", contou.

Prestes Maia (1896-1965) administrou duas vezes a capital: de 1938 a 1945 e de 1961 a 1965.

A família do ex-prefeito afirmou que vai registrar um boletim de ocorrência e que cogita levar o caixão de Prestes Maia para um cemitério privado, caso o episódio se repita.

"Eu sequer posso mexer na estrutura do túmulo, porque ele é tombado. O cemitério está abandonado. Quando fui visitar o túmulo no dia dos pais, vi que haviam furtado até a porta de um outro (túmulo)", contou Adriana Margarida Prestes Maia, de 73 anos, filha do ex-prefeito. "É um total descaso com um lugar sagrado. É o pai dela, meu sogro, avô dos meus filhos", lamentou o marido de Adriana, Plínio Deus Fernandes, de 85 anos.

Crime frequente

Esse tipo de caso é recorrente nos cemitérios da capital. Para tentar melhorar a condição dos espaços, a gestão do ex-prefeito João Doria (PSDB) incluiu os 22 cemitérios da capital, o Crematório da Vila Alpina e o serviço funerário no plano de desestatização, que prevê a concessão à iniciativa privada. O plano, lançado no fim de 2017, chegou a ser suspenso pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), por "não reunir condições de prosseguimento" por causa de 15 irregularidades detectadas à época, mas acabou liberado.

Na gestão do antecessor Fernando Haddad (PT), as promessas eram de instalação de câmeras nos espaços. A iniciativa voltou a ser apresentada por Doria, que em dezembro de 2017 informou que o Cemitério da Consolação, tombado pelo patrimônio histórico e que abriga sepulturas de personalidades como Tarsila do Amaral, Monteiro Lobato e Ramos de Azevedo, seria incluído no projeto City Câmeras - sistema que reúne câmeras da Prefeitura e privadas para monitorar a cidade.

Procurada neste domingo, 24, a Prefeitura informou que o serviço funerário prepara a instalação de cerca de 500 câmeras nos 22 cemitérios, dentro do City Câmeras. Afirmou também que realiza rondas diariamente nos cemitérios, usando veículos motorizados. "Por mês são realizadas aproximadamente mil rondas. Em casos de flagrantes, os infratores são encaminhados ao distrito policial", disse a Prefeitura, em nota. Neste ano, 47 pessoas foram conduzidas às delegacias por furtos em cemitérios, segundo dados da gestão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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