Brasil

Tucanos correm com programa de governo mas não têm data

Além das dificuldades operacionais, o programa de governo de Aécio é alvo da pressão velada de grupos de interesse


	Aécio Neves quer usar seu documento para fazer um contraponto aos erros e recuos de Marina Silva
 (Orlando Brito/Coligação Muda Brasil)

Aécio Neves quer usar seu documento para fazer um contraponto aos erros e recuos de Marina Silva (Orlando Brito/Coligação Muda Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de setembro de 2014 às 10h05.

Belo Horizonte - Primeira presidenciável a lançar a versão final de seu programa de governo, Marina Silva (PSB) levou Aécio Neves (PSDB) a colocar seu programa de governo no centro da estratégia para a reta final da campanha. Nas últimas disputas pelo Palácio do Planalto, os programas do PSDB foram relegados ao terceiro plano.

Com a intenção de usar seu documento para fazer um contraponto aos erros e recuos da ex-ministra, Aécio chegou a dizer que apresentaria suas promessas oficiais nesta semana. A promessa pegou de surpresa a equipe do programa de governo da coligação do PSDB.

Um integrante conta que o grupo nem sequer recebeu todas as propostas dos "coordenadores setoriais". Não há tempo hábil para concluir a sistematização e a revisão do material antes da semana que vem.

Reservadamente, tucanos reclamam que Aécio inflou demais o grupo responsável pelas propostas, o que tornou o processo lento e complexo. Questionado sobre os prazos, o coordenador-geral do programa, Arnaldo Madeira, reconhece que precisará de mais tempo. "Peguei o bonde andando", diz.

O responsável pela tarefa era o ex-governador mineiro Antonio Anastasia, que se afastou para disputar o Senado. Para agilizar o processo, o ex-deputado Fábio Feldman, que coordena as propostas de meio ambiente, foi chamado para reforçar a equipe que fará a redação final.

Conflito

Além das dificuldades operacionais, o programa de governo de Aécio é alvo da pressão velada de grupos de interesse.

O mais incisivo é a Força Sindical, que recebeu de Aécio a delegação para elaborar as propostas "trabalhistas" do programa. "Vamos falar sério com ele (Aécio) nos próximos dias sobre o fim do fator previdenciário", afirma o deputado Paulinho da Força (SP), presidente do Solidariedade, ex-presidente da central sindical e membro da coordenação da campanha. "Como há uma crise profunda na campanha, não vamos insistir na redução da jornada de trabalho para 40 horas (semanais), que é uma demanda histórica nossa."

Criado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o fator é aplicado para cálculo de aposentadoria e leva em conta o tempo a contribuição, a idade do segurado e a expectativa de vida. A ideia é desestimular aposentadorias precoces. A proposta, que não tem apoio de Aécio, é incompatível com o programa econômico do tucano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesEleiçõesEleições 2014Oposição políticaPartidos políticosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPSDB

Mais de Brasil

STF tem maioria para rejeitar revisão da vida toda do INSS

Acidente grave com BRT deixa mais de 60 feridos no Rio de janeiro

X cumpre ordem de Moraes e indica ao STF novo representante legal no Brasil

Quando é o próximo debate para prefeito de SP? Veja data, horário e como assistir ao vivo