Brasil

TSE proíbe reprise de propaganda de Dilma

Candidatura de Aécio Neves havia questionado o programa que foi ao ar ontem, por ter a honra dele ofendida pela adversária

Aécio Neves (PSDB) e  Dilma Rousseff (PT) durante o debate do SBT, em São Paulo (Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil/Divulgação)

Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) durante o debate do SBT, em São Paulo (Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2014 às 21h18.

Brasília - Um dia após decidir adotar uma postura mais rígida em relação às propagandas dos candidatos a Presidência da República, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu na noite desta sexta-feira uma liminar para suspender uma propaganda da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT).

A candidatura de Aécio Neves havia questionado o programa que foi ao ar ontem, por ter a honra dele ofendida pela adversária. O programa exibido ontem, portanto, não pode ser reprisado no horário eleitoral até o julgamento do mérito da questão pelo TSE.

Na peça da campanha da petista, o narrador afirma: "Compare. Enquanto Dilma modernizou aeroportos para o Brasil receber 203 milhões de passageiros ao ano, Aécio só fez dois em Minas. Um deles, na fazenda que era da própria família e a chave ficava nas mãos de seu tio. Na dúvida em quem votar, é melhor comparar."

A defesa de Aécio sustenta que a propaganda adversária leva o eleitor a crer que o tucano "estaria fazendo uso de bem público para favorecer sua família".

Segundo ela, tal indução é equivocada, uma vez que é notório que o "terreno (foi) desapropriado em favor da coletividade".

Em sua decisão, o ministro Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, relator do processo, citou o fato de que, na noite de quinta-feira (16), o TSE mudou o entendimento para evitar ataques durante os programas na TV e no rádio.

"O horário eleitoral foi concebido pelo legislador e é regiamente pago com o esforço do contribuinte (nada tem de gratuito, a não ser para o candidato!), não para ser um locus de ataques e ofensas recíprocas, de índole pessoal, mas sim para a divulgação e discussão de ideias e de planos políticos, lastreados no interesse público e balizados pela ética, pelo decoro e pela urbanidade", afirmou o magistrado.

Para o ministro, ainda que seja válida a primeira parte da propaganda, em que a campanha de Dilma fala da modernização dos aeroportos, não se pode dizer o mesmo da segunda, quando fala do adversário.

Ele disse que a forma como foi concebida a peça "denota ofensa de caráter pessoal que, potencializada, pode ensejar, em tese, até mesmo a caracterização de crime".

"Dizer que o candidato adversário só fez dois aeroportos, um deles na fazenda da própria família, e que as chaves ficam nas mãos do seu tio não me parece crítica inserida no espectro de incidência de um debate servil à democracia, nos novos moldes interpretativos fixados pelo Tribunal Superior Eleitoral para o segundo turno das Eleições Presidenciais de 2014", concluiu o ministro, ao determinar a paralisação imediata do programa.

Um dos advogados da campanha de Aécio, Flávio Costa, afirmou nesta sexta-feira ao Broadcast Político que a mudança de orientação do TSE "deixa ainda todos em estado de atenção".

"Qual será a interpretação e o caminho das decisões é uma história a ser contada", afirmou. De acordo com Costa, a campanha não deixou de recorrer ao TSE "em um dia sequer" no segundo turno.

Só no dia de hoje, a campanha do tucano levou duas representações à Corte eleitoral para suspender trechos da propaganda de Dilma. Segundo ele, uma das representações é referente a relação entre o candidato Aécio Neves e o teste do bafômetro.

A segunda é contra o reprise de trecho de debate eleitoral do primeiro turno veiculado na Rede Globo que mostra a então candidata Marina Silva debatendo com o tucano.

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesDilma RousseffEleiçõesEleições 2014PersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresTSE

Mais de Brasil

INSS recebe 1,84 milhão de pedidos de devolução de descontos em uma semana

Marina Silva diz ter 'total discordância' com propostas que flexibilizam regras ambientais

Senador petista diz que 'não cogita' retirar apoio à CPI do INSS: 'Consciência muito tranquila'

Alcolumbre confirma sessão do Congresso e leitura de requerimento para instalação da CPI do INSS