Dilma-Temer: os depoimentos dos delatores da Odebrecht são cercados de sigilo e estão ocorrendo em uma sala localizada no sétimo andar do TSE (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de março de 2017 às 23h02.
Brasília - O ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar terminou por volta das 22h desta segunda-feira (6) o depoimento prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.
Logo depois, o ministro Herman Benjamin, relator da ação que pode levar à cassação da chapa, passou a ouvir o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho.
Em anexo de delação premiada, Cláudio Melo Filho descreveu um jantar no Palácio do Jaburu no qual o então vice-presidente Michel Temer pediu auxílio financeiro a Marcelo Odebrecht para as campanhas do PMDB em 2014.
Segundo o ex-diretor da empresa, Marcelo se comprometeu a um repasse de R$ 10 milhões.
Os depoimentos dos delatores da Odebrecht são cercados de sigilo e estão ocorrendo em uma sala localizada no sétimo andar do TSE.
Por causa das oitivas, a Corte Eleitoral decidiu excepcionalmente proibir a circulação de jornalistas no edifício nesta segunda-feira.
A primeira testemunha ouvida nesta segunda-feira foi o delator Hilberto Mascarenhas, responsável direto pela contabilidade clandestina da Odebrecht, o chamado Departamento de Operações Estruturadas.
O depoimento de Mascarenhas durou cerca de duas horas e trinta minutos.
Já o depoimento de Alexandrino Alencar durou cerca de uma hora e trinta minutos.
Como diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar manteve ligações com vários políticos, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alexandrino também foi vice-presidente da Braskem.