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TSE não é instrumento para solução de crise política, diz Gilmar

O ministro também afirmou que há uma especulação excessiva sobre os possíveis pedidos de vista no julgamento da chapa Dilma-Temer

Gilmar Mendes: "Resolvam as suas crises", bradou o ministro (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Gilmar Mendes: "Resolvam as suas crises", bradou o ministro (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de maio de 2017 às 13h33.

São Paulo - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, disse nesta segunda-feira, 29, após palestra magna do 2º Congresso Jurídico da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), em São Paulo, que há muita especulação na mídia sobre possíveis pedidos de vista no julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE, marcado para começar no dia 6 de junho.

"Há muita especulação na mídia sobre pedidos de vistas. Se houver pedido de vistas, é algo absolutamente normal. Ninguém fará por combinação com este ou aquele intuito", disse o ministro.

Também não cabe, segundo Gilmar Mendes, ao TSE resolver a crise política. "Isso é bom, que se diga. O Tribunal não é instrumento para solução de crise política. O julgamento será jurídico e judicial. Então não venham para o Tribunal dizer: vocês devem resolver uma crise que nós criamos. Resolvam as suas crises", bradou o ministro.

Mendes mostrou irritação ao ser questionado sobre esta eventual postergação do julgamento durante rápida entrevista que concedeu após a palestra. E depois se alterou novamente quando perguntado se o que acabara de dizer era a confirmação do que havia falado pouco antes ao jornal "Folha de S.Paulo", de que o TSE não seria joguete do governo. "O TSE não é joguete de ninguém", gritou novamente o ministro.

Sobre a troca de Osmar Serraglio por Torquato Jardim como ministro da Justiça, anunciada no domingo, 28, pelo Palácio do Planalto, Mendes negou que a aproximação de Torquato com os tribunais poderia facilitar as conversações do Judiciário com o Poder Executivo.

"A questão não é essa. A rigor, escolhas de ministros de Estado é de competência do presidente da República", disse acrescentando que conhece o ministro Serraglio, o qual vê como um homem competente .

Mendes disse também que conhece bem o ministro Torquato Jardim, que foi seu colega na Justiça Eleitoral. "É uma figura muito reconhecida, um professor que está há muitos anos em Brasília e certamente desempenhará bem essa função", afirmou.

Com relação ao questionamento feito pelo novo ministro da Justiça sobre a abertura de inquérito contra Temer pelo ministro Edson Fachin, Mendes disse que é uma questão a ser estudada.

"Acho que já foi questionada pelos advogados do presidente Temer e será devidamente examinada", completou. Torquato questionou o uso de prova não periciada - a gravação do empresário Joesley Batista de conversa com o presidente Temer - para o pedido de abertura de inquérito.

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