Brasil

TSE assina acordo com PF e AGU para combater 'deepfakes' e discursos de ódio nas eleições/2024

Inaugurado em março, o centro integrado busca promover a cooperação entre a Justiça Eleitoral, os órgãos públicos e as big techs responsáveis pelas plataformas de redes sociais

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 3 de abril de 2024 às 11h57.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) firmou acordos com a Polícia Federal (PF) e a Advocacia-Geral da União (AGU) para que a partir desta quarta-feira, 3, os órgãos colaborem com o Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia.

A parceria é para fortalecer o combate às "deepfakes" e garantir o cumprimento das regras aprovadas pela Corte em fevereiro para as eleições municipais de 2024.

Inaugurado em março, o centro integrado busca promover a cooperação entre a Justiça Eleitoral, os órgãos públicos e as big techs responsáveis pelas plataformas de redes sociais para evitar a disseminação de fake news sobre o sistema eleitoral e de discursos de ódio, sejam eles de caráter nazista, fascista, antidemocrático, racista ou homofóbico.

Acesso a 'dados verdadeiros'

Na sessão desta terça-feira, 2, Dia Internacional da Checagem de Fatos, o presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre e Moraes, reforçou a importância do grupo e afirmou que o Tribunal trabalha para que os eleitores tenham acesso a dados verdadeiros e “a absoluta certeza de que a Justiça Eleitoral vai responsabilizar todos aqueles que desinformarem, que divulgarem notícias fraudulentas, com ou sem uso da inteligência artificial (IA), nesse período eleitoral".

A cooperação técnica tem como objetivo principal “fazer valer as resoluções" do TSE, disse Moraes. De acordo com o ministro, em caso de descumprimento das regras, “além da aplicação das sanções, inclusive pecuniárias, a AGU será imediatamente notificada para ingressar com as ações judiciais necessárias".

As principais normas contra a desinformação tratam da proibição das "deepfakes", da regulamentação do uso de IA em propagandas eleitorais e da responsabilidade de remoção de conteúdos falsos ou ofensivos por parte das plataformas de comunicação.

As "deepfakes" usam inteligência artificial para copiar vozes e rostos. Por meio da tecnologia é possível produzir vídeos e áudios realistas em que pessoas aparecem fazendo e falando coisas que nunca fizeram ou disseram.

Verificação dos fatos

Moraes ressaltou ainda os convênios já existentes entre o TSE e organizações da sociedade civil para a verificação de informações. Para ele, o trabalho é fundamental para combater os ataques que a Justiça Eleitoral sofre e “para que os responsáveis sejam imediatamente penalizados civil e administrativamente e, se necessário penalmente".

O presidente do TSE afirmou também que “é importante que as pessoas saibam, a partir da checagem de fatos, o que é falso e o que é verdadeiro". A Corte, em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU), divulgou nesta semana dicas para que os cidadãos saibam identificar e evitar o compartilhamento de informações fraudulentas.

O centro integrado conta ainda com o trabalho da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Ministério da Justiça e Segurança Pública e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O órgão opera 24 horas por dia em parceria com os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2024TSEFake newsDeep fake

Mais de Brasil

Primeiras ondas de frio chegam ao Brasil em abril — mas calor ainda deve predominar

Anvisa emite alerta sobre cremes dentais com fluoreto de estanho após relatos de lesões orais

Lula diz que Brasil prioriza negociações com governo Trump antes de aplicar reciprocidade em tarifas