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Trio assume o comando do PSL de SP, e grupo de Major Olimpio fica de fora

Novo presidente do diretório paulista no lugar de Eduardo Bolsonaro, Júnior Bozzella consolida grupo bivarista em São Paulo

Júnior Bozzella, Joice Hasselmann e Abou Anni: deputados dividirão a liderança do PSL na Câmara (Fotomontagem/Exame)

Júnior Bozzella, Joice Hasselmann e Abou Anni: deputados dividirão a liderança do PSL na Câmara (Fotomontagem/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 13 de dezembro de 2019 às 14h29.

Última atualização em 13 de dezembro de 2019 às 14h46.

São Paulo — Depois da destituição de Eduardo Bolsonaro da presidência do partido em São Paulo, o PSL está sob nova direção no estado. O trio de deputados Júnior Bozzella, Joice Hasselmann e Abou Anni passou a dividir o comando da legenda. Única liderança do PSL a ficar sem espaço na executiva foi o senador Major Olímpio.

A nova diretoria foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último dia 4 e disponibilizada para consulta no sistema do TSE apenas nesta quinta-feira. Bozzella assume como presidente do PSL em São Paulo e tem Joice como vice e Abou Anni como secretário-geral.

Apesar de compor o PSL estadual, Joice Hasselmann deve assumir a presidência do diretório da capital paulista. Segundo interlocutores, a nominata deve constar no TSE na próxima semana. Joice se lançou como pré-candidata à eleição de 2020 em agosto e, desde então, não arredou o pé da posição. Ela esteve conversando com lideranças do DEM recentemente sobre uma possível filiação à sigla, mas, agora com Jair fora do PSL, deve pavimentar de vez seu caminho para a corrida eleitoral do ano que vem.

A troca de cadeiras na sigla é mais um capítulo do rompimento político entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar. Junto dos aliados, Eduardo Bolsonaro foi afastado da direção do partido em São Paulo no último dia 3 depois de ser punido com uma suspensão partidária de 12 meses. Ele e outros 17 parlamentares receberam suspensões e advertências por saírem em defesa de Bolsonaro na crise partidária.

Nesta semana, um grupo de parlamentares do PSL ligados ao presidente Bolsonaro conseguiu reverter na Justiça a suspensão aplicada por Bivar a eles. Pela decisão, eles podem retomar suas atividades político-partidárias na Câmara. Mas, por enquanto, a medida não gerou efeito prático.

O Globo procurou o senador Major Olímpio, mas ele não se manifestou sobre a nova composição do partido.

O retorno

Antes da chegada do clã Bolsonaro ao diretório paulista do PSL, Júnior Bozzella ocupava a vice-presidência do órgão, após uma curta passagem pelo Podemos. O acordo costurado entre Jair Bolsonaro e Luciano Bivar, presidente nacional há 21 anos, no entanto, deu o PSL de São Paulo aos aliados do então presidenciável, escanteando Bozzella.

Major Olimpio assim comandou o diretório até junho de 2019, quando passou o bastão para Eduardo Bolsonaro. O movimento deu total controle do PSL no estado à ala ideológica, mas os atritos entre Jair e Bivar puseram um freio nos planos de Eduardo.

No último mês, sabendo que o PSL nacional dissolveria o diretório paulista a qualquer momento, aliados do filho do presidente implementaram a técnica da "terra arrasada" e trabalharam por derrubar centenas de diretórios municipais não alinhados com a ala ideológica.

Filial da crise

O diretório de São Paulo havia protagonizado um dos últimos desarranjos no PSL antes da ruptura total entre bolsonaristas e bivaristas. No fim de setembro, sob o comando de Eduardo, o órgão tentou uma manobra para barrar a candidatura de Joice Hasselmann à Prefeitura de São Paulo.

O diretório chegou a aprovar uma nominata para criar o PSL da capital paulista. Se implementado, o diretório paulistano se incumbiria de dar aval ao nome que disputaria o pleito na cidade. Luciano Bivar, presidente nacional, derrubou a decisão, frustrando os bolsonaristas.

O diretório paulistano prestes a ser criado seria dominado pela ala ideológica. Edson Salomão, líder do Movimento Conservador e chefe de gabinete do deputado estadual Douglas Garcia (PSL), constava como o presidente na nominata obtida pelo O Globo.

A organização da qual ele faz parte se tornou uma das principais correntes do bolsonarismo e atualmente trabalha nos bastidores para ajudar a viabilizar a criação do Aliança pelo Brasil, o novo partido de Jair Bolsonaro.

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