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Três semanas após “dia do fogo”, Bolsonaro sobrevoará Amazônia

Os governadores da região pressionam o presidente por ações mais concretas contra as queimadas e pela retomada do fundo Amazônia

ltamira: além da cidade, o presidente também irá sobrevoar zonas da floresta amazônica em Porto Velho (Rondônia)  (/Nacho Doce/Reuters)

ltamira: além da cidade, o presidente também irá sobrevoar zonas da floresta amazônica em Porto Velho (Rondônia) (/Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 05h57.

Última atualização em 30 de agosto de 2019 às 06h12.

Cerca de três semanas após fazendeiros de Altamira terem, conforme relatos, combinado o “dia do fogo” e incendiado as margens da BR-163, rodovia que liga o Pará ao Mato Grosso, a região que se tornou a número um em focos de incêndio receberá a visita do presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira 30. Além de Altamira, o presidente também irá sobrevoar zonas da floresta amazônica em Porto Velho (Rondônia).

Os governadores da região pressionam o presidente por ações mais concretas contra as queimadas e pela retomada do fundo Amazônia, financiado com recursos de Alemanha e Noruega. Na quarta-feira Bolsonaro assinou um decreto proibindo novas queimadas nos próximos 60 dias. Como por si só a medida não garante o fim da destruição da floresta, ontem, o ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni apresentou um consolidado das demandas dos governadores da região amazônica ao presidente. 

A ideia é que a partir de agora o presidente discuta cada um dos projetos com os governadores de cada região, o que pode acontecer ainda na visita de hoje. As medidas solicitadas incluem questões ligadas à regularização fundiária, à regulamentação de atividades extrativistas em terras indígenas.

Em um encontro com os governadores da Amazônia legal na última terça-feira, Bolsonaro  desviou do tema central e aproveitou a oportunidade para criticar demarcações de terras indígenas e defender a exploração mineral da floresta. O que os líderes estaduais esperavam receber, no entanto, era um apoio mais consolidado por parte da presidência e, principalmente, a retomada do fundo amazônia, projeto de cooperação internacional para preservar a floresta que possui 3,4 bilhões de reais em recursos mas que vem sendo abandonado por países como Noruega e Alemanha por desavenças com a pauta ambiental do governo. 

Em evento realizado ontem, o vice-presidente, Hamilton Mourão, reconheceu que o governo errou no planejamento contra as queimadas, que tradicionalmente acontecem nesta época do ano. O vice, segundo o Valor, ainda culpou madeireiros, grileiros e garimpeiros pelas queimadas — e não ONGs ambientais, como fez o presidente. O primeiro passo para dirimir um problema, claro, é fazer o diagnóstico correto. A ver se o sobrevoo de Bolsonaro ajuda.

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