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Transporte público no Brasil é caro, diz ministra Ideli

Segundo a ministra, a desoneração de impostos federais sozinha, feita pelo governo federal, "não tem impacto suficiente"

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Ideli Salvatti (Antonio Cruz/ABr)

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Ideli Salvatti (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2013 às 13h45.

Brasília - A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse que a população "tem motivo" para protestar contra o transporte coletivo que "é caro, é ineficiente, não é adequado às necessidades da população".

A ministra reconheceu, em conversa com a imprensa nesta sexta-feira, 14, que "é um sofrimento ficar três ou quatro horas para ir e voltar do trabalho e cumprir suas tarefas", mas fez questão de condenar qualquer tipo de violência, seja de Policiais Militares contra a população, seja de manifestantes destruindo o patrimônio público em São Paulo.

Segundo Ideli, a desoneração de impostos federais sozinha, feita pelo governo federal, "não tem impacto suficiente".

"Para você ter um impacto efetivo teria de ter medidas complementares de desoneração de impostos municipais e estaduais", disse a ministra, acrescentando que, "apesar de o transporte urbano ser uma responsabilidade do município, o governo federal vem entrando pesado em termos de recursos para facilitar". A ministra declarou que "é fundamental encontrarmos soluções mais amplas do que essas que estão sendo dadas: ampliar obras, desonerar, temos de avançar".

A ministra Ideli reforçou ainda que o governo está fazendo a sua parte ao investir R$ 127 milhões em obras, já concluídas. Segundo ela, ainda mais de 100 obras de mobilidade urbana pelo país estão sendo realizadas.

Citou ainda que o Planalto enviou ao Congresso Medida Provisória que desonera os impostos federais das passagens urbanas nos Estados. E cobrou em seguida: "Está na hora de Estados e municípios fazerem a sua parte".


Ideli lembrou que a presidente Dilma Rousseff editou a MP 617, que permite a redução de impostos federais das passagens, mas avisou que isso não é suficiente, que são necessários outros investimentos. No caso de São Paulo, ela lembrou que o aumento abaixo da inflação foi possível justamente por causa da MP. Mas a ministra advertiu que, no caso de Goiás, por exemplo, "o Estado não repassou a desoneração da MP". Goiás é governado pelo PSDB, que é oposição, mas a prefeitura de Goiânia, que administra o transporte público, é do PT.

Problema real

Ao falar sobre os problemas do transporte coletivo, Ideli admitiu que "este é um problema real e concreto da população" e que "não dá para a gente escantear e dizer que o transporte coletivo não tem os seus problemas porque ele tem". Depois de reiterar que ele é "caro, insuficiente" e que deixa pessoas horas e horas entre o trajeto de casa para o trabalho, a ministra disse que "tem um motivo para trazer manifestações com relação ao transporte coletivo", mas insistiu em que a violência é "inadmissível".

"Nós temos um problema e não há nenhum problema com manifestação. Nosso problema é com violência, depredação. E também pode ter tido excesso na repressão", acentuou. Por isso, prosseguiu, a questão do transporte coletivo "precisa ser equacionada" porque este "é um problema caro, que afeta milhões de pessoas". E emendou: "Em hipótese alguma podemos admitir violência, nem dos manifestantes, com depredação, nem da Polícia Militar". Ela informou que estão sendo feitas investigações para avaliar os excessos da repressão.

Questionada sobre se a imagem do País poderia ser atingida por causa da violência nas ruas contra o transporte, às vésperas da realização da Copa das Confederações e da Jornada Mundial da Juventude, a ministra disse que "a melhor maneira de equacionar é apresentar novas soluções, além das que já estão sendo adotadas".

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