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Transparência destaca ação de Dilma contra corrupção

Em uma escala de corrupção que engloba 182 países, o Brasil ocupa o 73º lugar

A presidente Dilma com Aldo Rebelo, que assumiu o ministério dos Esportes após a saída de Orlando Silva
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

A presidente Dilma com Aldo Rebelo, que assumiu o ministério dos Esportes após a saída de Orlando Silva (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2011 às 09h21.

Paris - O diretor para a América Latina da Transparência Internacional (TI), Alejandro Salas, destacou nesta quarta-feira o trabalho da presidente Dilma Rousseff no combate à corrupção, em uma região cada vez menos resignada a viver sob governos corruptos.

Salas estimou que há "uma vontade política de alto nível" para expor "os problemas sob o tapete" no Brasil, onde a presidente Dilma já se livrou de cinco ministros e tem mais um na mira (Carlos Lupi, ministro do trabalho) devido a escândalos de corrupção.

"É um ótimo exemplo, muito positivo", pois "há um castigo administrativo, mas é preciso ver a longo prazo se vai haver punição ou impunidade. Se a Justiça vai estar a altura das circunstâncias e se vão investigar" para que os culpados tenham o devido processo.

Segundo o diretor do Transparência Internacional, organização não governamental com sede em Berlim, no Brasil ainda coexistem "vários mundos, com setores muito abertos que se inserem no sistema global e jogam pelas regras estabelecidas", e outros, em âmbitos regionais, baseados em práticas e estruturas do poder "centenárias", como a compra de votos, nepotismo e caciquismo.


Em uma escala de percepção da corrupção que engloba 182 países, o Brasil ocupa o 73º lugar, entre o Chile, o melhor dos latino-americanos, em 22º, e a Venezuela, o pior, em 172º.

No caso da Venezuela, Salas destaca que seu "governo central muito forte limita de maneira importante a autonomia das demais instituições", como ocorre "quando se tem um Poder Judiciário submetido à autoridade central" ou "autoridades eleitorais vinculadas às autoridades políticas", o que é "um campo muito fértil" para a corrupção.

A "exceção" a esta regra parece ser Cuba, que caiu em um ano da 69ª para a 61ª posição, e isto pode ser atribuído a diversos fatores, a começar pelo fato de que a ilha "não tem instituições democráticas, mas há uma institucionalidade forte e uma hierarquia que controla e domina estas instituições".

No México (100º), onde também persistem estrututas de poder "centenárias", como compra de votos e nepotismo, o PRI, que governou de maneira absoluta durante sete décadas, poderá voltar ao poder em 2012, após as reformas implementadas pelo PAN para combater a corrupção, mas que frustraram as expectativas sobre o "castigo para os corruptos".

"É difícil prever" o que ocorrerá com a volta do PRI, mas Salas não acredita na possibilidade "do retorno dos velhos costumes".

"A população obteve importantes avanços, exige coisas diferentes, e mesmo que o velho PRI chegue ao poder, será quase impossível reverter" tais conquistas.

"Por outro lado, me preocupa um pouco que para muitos mexicanos existe a ideia de que quando o PRI voltar ao poder, a questão do narcotráfico e da segurança será resolvida" no país, concluiu Alejandro Salas.

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