Presidente venezuelano Nicolás Maduro 10/12/2020 REUTERS/Manaure Quintero (Manaure Quintero/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de dezembro de 2022 às 16h42.
Última atualização em 7 de dezembro de 2022 às 16h42.
O grupo de trabalho que organiza a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta quarta-feira a intenção de convidar o líder venezuelano Nicolás Maduro para o evento, mas a medida ainda esbarra em um decreto do atual governo que impede a entrada do presidente do país vizinho no Brasil. De acordo com o embaixador Fernando Luís Lemos Igreja, responsável pelo cerimonial da posse, ao menos doze chefes de Estado já confirmaram presença;
"O atual governo suspendeu as relações do Brasil com o governo do presidente Nicolás Maduro, então não foi possível transmitir o convite dessa forma. A situação está sendo tratada pela equipe de transição, da equipe da cerimônia de posse para que possamos transmitir esse convite ao presidente Maduro como representante da Venezuela", afirmou Igreja.
"Convites a chefes de Estado foram feitos oficialmente na segunda-feira, por meio diplomático, junto a todas as embaixadas em Brasília a todos os países com os quais o Brasil mantém relação diplomática. O convite foi feito via Itamaraty, que já recebeu algumas confirmações", acrescentou o embaixador. "Nossa expectativa é de número significativo de chefes de Estado e de governo", seguiu.
Confirmaram presença no evento os presidentes de Alemanha, Angola, Argentina, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guiné Bissau, Portugal e Timor Leste, além do rei da Espanha, Filipe VI. Chanceleres também confirmaram presença, mas a transição diz ainda não ter a lista para além de chefes de Estado.
De acordo com a coordenadora da equipe que organiza a posse, a futura primeira dama, Rosângela da Silva, a Janja, o evento não terá fogos de artifício com ruídos, após uma demanda dos GTs de Direitos Humanos e Meio Ambiente da transição pelo incômodo causado em autistas e animais. Além disso, haverá uma exposição no Museu Nacional ao longo de todo o mês de janeiro com artistas clássicos e contemporâneos. A curadoria ficará a cargo de Márcio Tavares, secretário nacional de cultura do PT, e da historiadora Lilia Schwarcz.
Janja esclareceu que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não confirmou se vai, de fato, passar a faixa para Lula, como manda a tradição. Se isso não acontecer, diz Janja, haverá uma adaptação. Setores do PT defendem que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) passe a faixa para Lula, como forma de "reparar" o impeachment, considerado por eles um golpe de Estado.
A posse terá início às 15 horas no Congresso Nacional, com o juramento de Lula perante a Constituição brasileira. Até lá, o presidente eleito fará um translado em carro aberto. Em seguida, Lula receberá os cumprimentos de chefes de Estado e governo no Palácio do Planalto, e, depois, haverá uma recepção no Palácio do Itamaraty. Em seguida, artistas vão se apresentar na Praça dos Três Poderes em uma série de shows batizada de "Festival do Futuro".
"Nossa expectativa é de público de 300 mil pessoas para posse", disse Janja, que agradeceu a colaboração do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), na organização da segurança da posse. Ela mostrou tranquilidade sobre o tema, apesar da postura ofensiva de bolsonaristas à eleição de Lula.
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