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Transferência de votos pode não bastar para Dilma, diz FHC

Segundo Fernando Henrique, ´Como Lula gosta de dizer, ´nunca antes, neste país´, nenhum presidente fez tanta pressão para ganhar uma eleição´

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2012 às 18h14.

São Paulo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse esperar um segundo turno na eleição presidencial e avaliou que a transferência de votos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sua candidata, Dilma Rousseff (PT), pode não ser suficiente para encerrar a disputa neste domingo.</p>

"Se fosse transferência de votos, ela teria 80 por cento. Houve, sem dúvida, transferência de voto. Precisa ver se isso foi suficiente", disse Fernando Henrique antes de votar no bairro de Higienópolis, zona central de São Paulo, se referindo ao índice de aprovação de Lula.

"O importante não é ter transferência de votos, é ter vontade política própria. Você tem que ter políticos reais, e não fantoches", atacou o ex-presidente, repetindo um mote da campanha do candidato do PSDB, José Serra, de que Dilma foi "fabricada" por Lula.

Segundo Fernando Henrique, "o rolo compressor do governo nunca houve igual. Como Lula gosta de dizer, 'nunca antes, neste país', nenhum presidente fez tanta pressão para ganhar uma eleição."

Fernando Henrique, 79 anos, disse acreditar na realização de um segundo turno em 31 de outubro e fez elogios ao desempenho dos candidatos tucanos nos Estados. "Vamos para o segundo turno provavelmente, e nos Estados o PSDB está dando um banho", avaliou.

O ex-presidente chegou ao seu local de votação a pé, e contou com a companhia do secretário municipal de Cultura de São Paulo, Andrea Matarazzo. Ele disse que conversou com Serra no sábado e afirmou que o candidato tucano estava "calmo e tranquilo".

Questionado sobre o desempenho de seu partido nas pesquisas sobre a eleição presidencial, atrás do PT, Fernando Henrique reconheceu problemas na apresentação das propostas tucanas.

"Tenho que reconhecer que se houvesse mais correção das propostas, teria sido mais fácil, mas no conjunto é um partido que está em pé (...) É preciso sempre se atualizar. O mundo muda", comentou o ex-presidente.

"O fato do Serra ter conseguido, com todas as dificuldades, manter uma base eleitoral grande, eu acho importante."

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